Altruísmo e Egoísmo

O fato é que uma pessoa verdadeiramente altruísta não consegue aceitar que pessoas, independente de quem sejam, sofram com a injustiça. Ela não consegue aceitar que o outro, por suas escolhas e filosofia, por seu caminho individual, seja marginalizada ou sofra qualquer tipo de retaliação e preconceito. O que não significa que seja compassivo com erro do outro, e sim, que aceita as dificuldades de cada um e busca contribuir para que ele as supere, que ele caminhe para se tornar um ser humano melhor e mais íntegro. Sempre buscará fazer o melhor em prol de todos, e isto não é um autoflagelo, pois busca o melhor para si também, mas com a consciência do seu espaço individual e o do outro, atuando de forma que a seus interesses próprios não criem nenhum impacto negativo no outro ser humano, mas sim, positivo, criando uma espiral de harmonia verdadeira. Isto se reflete numa torrente de “humanidade”.
 
Já o egoísta não se importa, está preocupado com suas próprias questões. Tem um autocompadecimento (sou extremamente compassivo com meus próprios erros) e uma crítica voraz ao outro que não age conforme seus interesses, estando correto ou não. Isto cria o movimento é inverso, de desarmonia. Se meus próprios interesses tem impacto positivo ou não nos demais, não me importa, ou pratico um discurso elaborado para justificar minhas escolhas e meus atos (estou nos meus direitos, não fiz nada de errado). Me utilizo de um sistema de leis e regras e posições hierárquicas para conseguir o melhor para mim, independente de causar um impacto negativo nos outros, pois estou nos meu direitos. Isto culmina na falta de humanidade, onde o sofrimento do outro não é problema meu (cada um com seus problemas…).

Lendo os dois lados, qual você escolhe? Altruísmo ou egoísmo?

Obviamente, você escolherá o altruísmo… mas você consegue perceber o próprio egoísmo em suas ações e ponderações? O verdadeiro altruísta tem uma preocupação real em identificar onde suas ações e pensamentos caminham na direção do egoísmo para tentar transformar. Todos nós somos egoístas quando direcionamos a razão para o eu ao invés de para o todo. Isso não quer dizer se tornar submisso às forças coletivas, mas de ponderar sobre o impacto no Eu e no Todo… onde a força coletiva não subjuga o espaço individual como caminho próprio, e o meu caminho próprio não tenha impacto negativo no desenvolvimento coletivo ou mesmo no do outro indivíduo como impacto pontual.

Todos temos sombras e estamos aqui trabalhando no processo de autodesenvolvimento. Seja honesto e olhe para dentro de si mesmo… 

 

Leonardo Maia