O desafio do inconsciente

Muito se produz hoje em dia sobre tecnologia de aprendizagem. Desde as abordagens mais humanistas até aquelas de cunho objetivamente instrumental, tudo se faz visando um processo de formação pessoal, social e profissional mais rápido e fetivo. Parece-me que temos uma urgência incontida como se tudo "fosse para ontem". Esta é uma característica da contemporaneidade.

De qualquer forma, a avaliação desse esforço é positiva na medida em que oferece novas possibilidades de estímulo à formação das pessoas para atender às demandas dos tempos modernos. No entanto, há algo que me parece ter sido esquecido em todo esse caminho. Esquecemos de falar da intuição. Pois bem, é sobre isso que quero tratar agora.

A intuição é uma forma de apreender a realidade. É uma qualidade que começa a ser cada vez mais apreciada no mundo acadêmico e corporativo. Por essa razão é tema de pesquisa profunda. É algo que nos é dado como flashes rapidíssimos que alertam sobre um perigo, indicam uma saída para um impasse profissional, dão pistas de como contornar uma situação, fornecem uma visão clara - ainda que não demonstrável - do que está à nossa frente.

São segundos da mais legítima percepção que, para os treinados, ajudam a encontrar soluções.

Os céticos acreditam que essas impressões instantâneas são apenas frutos da imaginação. No entanto, a intuição é uma forma de intervir num espaço relacional ou numa relação conversacional baseada na confiança que se tem naquilo que nos é dado espontaneamente. Chamada de sexto sentido, a intuição é um atributo inerente a todas as pessoas.

A intuição é o conhecimento que surge sem o uso da logística ou da razão e que se manifesta de diversas formas.

Não é mais feminina que masculina, embora se sultive a ideia de que as mulheres sejam mais intuitivas que os homens. Não é um tipo de inspiração divina, portanto não é preciso ser místico, nem religioso, para utilizá-la e aprender com ela.

A Intuição é o conhecimento que surge sem o uso da lógica ou da razão e que se manifesta de diversas formas: sonhos, visões diurnas, sensações corporais, conhecimento puro, insights e criatividade, além de outras. Numa explicação mais simples a intuição é um modus operandi do cérebro. 

Uma frase que define bem a intuição é a que diz: "Sei o que fazer, mas não sei o porquê".

* Homero Reis

Coach empresarial ontológico e pós-graduado em Recursos Humanos.
originalmente publicado no jornal "Diário Catarinense".