O valor de cada um e as inseguranças

Passamos a vida inteira tentando provar nosso valor. Com esta afirmação, começo uma reflexão sobre como está faltando reconhecimento ao enorme esforço que todos fazemos para nos superar a cada momento. Seja em casa, nos estudos e, principalmente, no trabalho, temos sempre a sensação de que não fizemos tudo aquilo que se espera de um profissional de ponta, de um pai ou uma mãe presente, uma segunda ou terceira língua, nos exercícios físicos, na alimentação.

Esta sensação de que alguma coisa ruim pode vir a nos acontecer se não fizermos tudo o que está em nossa lista de objetivos cria uma nuvem de medo, gerando estresse. Instala-se uma atitude stand by e os outros tornam-se amecaça, prontos a desvendar nossas fraquezas.

Com esta culpa instalada, esperamos misericordiosamente por um elogio, reconhecimento de nosso heroico esforço, para nos sentirmos mais competentes.

Com esta culpa instalada, esperamos misericordiosamente por um elogio, reconhecimento de nosso heroico esforço, para nos sentirmos mais competentes e admirados. A situação pode piorar quando nem o elogio e nem as reclamações acontecem. Nossa mente então trabalha contra nossa própria imagem e, como acontece com a maioria dos humanos, vamos logo imaginando que as pessoas não veem valor em nós e estão nos deixando à parte, na marginalidade.

O que importa é seguirmos em frente, certos de que estamos pensando e agindo assertivamente, de forma correta, honesta, com foco em nossos objetivos que incluem todos ao nosso redor.

Anônimos ou populares, silenciosos ou barulhentos, discretos ou espalhafatosos, somos todos parte de um objetivo muito maior que nossas inseguranças e necessidade de elogios, palavras de afirmação, reconhecimento, prêmio etc.

Então, se ninguém elogia e também não reclama, talvez o problema não sejamos nós, mas o fato de que as pessoas estão abstraídas em seus dilemas e a vida segue em frente.

* Gisleine Kobayashi Gasperi

Professora de marketing pessoal no MBA da Tear Escola de Negócios.
Moradora de Itajaí.

Originalmente publicado no Jornal "Diário Catarinense". 

Voltar