USO INDEVIDO DE NOSSOS SÍMBOLOS

 

No âmbito dos conceitos, acreditamos que profanação é trazer algo de “fora” (pro) para dentro do Templo (fanum). Assim, Profanus significa “diante do templo”, isto é, aquilo que está do lado de fora do local sagrado.

Dessa forma, encontramos algumas “coisas” e comportamentos do mundo comum (profano) dentro do Templo ou em nossa vida maçônica.

Todavia, há outra situação, creio, maior ainda de profanação, que é o uso indevido de nossas formas de reconhecimento, sinais, toques e símbolos fora do Templo.

Quem nunca passou pela situação em que, rodeado de não iniciados, foi cumprimentado com um sonoro: “Tudo j..........?”.

E o que responder? Nada!

Ora? Mas não fomos instruídos a, quando perguntados, respondermos: “E p.......”.

Sim! Então é uma instrução para reconhecimento ENTRE Maçons. Portanto, deve ser como devemos ser: DISCRETOS. Se respondermos no mesmo tom e não cobertos, estaremos passando uma instrução para não iniciados e estaremos/seremos “descobertos”.

Nessa linha, muita atenção aos adereços. Comuns são as críticas e as brincadeiras com o Irmão que carrega vários pins na lapela do terno. É possível que alguns os usem por ostentação, no entanto precisamos entender também que pode haver um valor sentimental em cada um deles para quem os utiliza.

Observemos, contudo, que ele usa esse terno emperiquitado entre nós e em ambiente maçônico. E acolhemos esse Irmão com um sorriso. Porém, se um Irmão viesse ao nosso encontro com boné e camisa do time para o qual torce ou o partido político que defende?

Que tal assistir a uma partida de futebol ou a um comício nos Templos ou em nossas antessalas?

No mínimo, seria estranho e inadequado para o ambiente maçônico – ou seja, profanação. Profanar é o ato de retirar a sacralidade de alguém, de um objeto ou um espaço. Manifestações e atividades inapropriadas ou degradantes para nossos valores.

Hoje vemos bens de consumo adornados com símbolos e expressões maçônicos. Os Irmãos se transvestem, achando que estão sob sol forte, usando bonés em ambientes fechados e à noite. Entretanto, justificam que o boné é bonito, tem o esquadro e o compasso! E se colocar junto uma camiseta no mesmo naipe, ..................................

Para que isso? O reconhecimento entre Irmãos ocorre pelo comportamento moral e ético. O dinheiro que foi gasto nesses enfeites é prova de que quem o faz esqueceu que um dia esteve despojado de metais (ou não) para simbolicamente estar despido das vaidades (ou não) e do luxo da sociedade profana (ou não). Ao que parece, não possui a angústia que tem um coração bem formado, desperdiçando os metais que deveriam ser usados para socorrer a miséria e as necessidades dos deserdados da fortuna.

Vaidade das vaidades, expor no peito e na cabeça um símbolo maçônico não favorece nossa Ordem, sobretudo quando não se sabe sequer a posição correta do Esquadro e do Compasso.

Vamos ao Livro da Lei, Ezequiel 44:23:
“Deverão ensinar o meu povo a distinguir entre sagrado e profano e farão que ele conheça a diferença entre o puro e o impuro”.

2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
Facebook: (exclusivamente assuntos maçônicos) Sergio Quirino Guimaraes Guimaraes
Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.