Você me Conhece?

 

Quero neste breve texto tratar de dois assuntos distintos. Divergem mas se complementam. Equilibram nossos pensamentos e julgamentos. Coloca a gente no devido lugar.

Você me conhece?” é o primeiro assunto e “Medo” é o seguinte.

O que faz a gente acreditar que CONHECE alguém?

As atitudes? O caráter? A família? A criação? Seus bens? Um olhar? O aperto de mão? O sorriso? Seu abraço? Sua crença? Sua aura? Simplesmente sentimos?

Muita indelicadeza afirmarmos que conhecemos aquela pessoa quando sequer conhecemos a nós mesmo. Pretensão, ainda, seria se enganar na pseudo-certeza de que uma única atitude poderia ditar a integridade de um ser. Pior, injusto seríamos ao não compreender o tempo de cada ser e suas (deles) momentâneas decisões.

Tudo neste mundo se movimenta... Como bem sabemos, a inércia corresponde a morte. Não a morte do ser, somente, mas o desligamento total do que é natural. A evolutiva caminhada mística cujo todos estamos palmilhando.

Mas, não são poucas as vezes que nos deparamos com espontâneos julgamentos feitos por nós. Tampouco são as situações onde somos alvo destes julgamentos que condenamos.

O preconceito é real e existe em todo lugar. Nossa missão é, também, vencer este preconceito que ainda permeia nossas mentes e muitas vezes nos afasta de, talvez, um grande amigo.

Quem é que nunca se viu em uma situação onde alguém diz:

“Olha lá aquele tal... Hum! Não me parece boa gente. Cuidado!

Ou ainda:

“Olha só aquele “um”. Parece ser um grande homem!”.

Ambos casos são preconceitos. Ambos são suposições. Nos dois casos (e na maioria das vezes) relevamos algum fato que nosso passado se encarregou de trazer ao nosso consciente, algo importante e decisivo que criou este jugo no passado remoto.

A velha história do SENHOR DE BIGODE...  Todo mundo tem alguma lembrança de alguém de bigode. Uns lembram do bom senhor proprietário da “venda” que sempre dava, alegremente, algumas guloseimas, quando então, éramos jovens. Outros trazem à tona o episódio da briga que o pai teve com o SENHOR DE BIGODE no trânsito e isso faz com que não seja aprazível um contato, hoje, com alguém com as mesmas características.

O preconceito é iminente e vem à frente em muitas ocasiões.

Há ainda a célebre frase: “Eu conheço ESSE TIPO de gente!”

Engraçado... Lutamos tanto pela igualdade (e não é só dos maçons) e fazemos este tipo de comentário? (sic)

Ouvi um grande Ir∴ dizer que me conhecia. E eu disse: QUE BOM! Me apresenta pra mim, então, pois eu não me conheço ainda.

E, arrisco um “IMPOSSÍVEL” de se conhecer total e plenamente. Somos dotados de energia volátil. Somos sutis em momentos e agressivos em outros. Esta variável se faz necessária para aprendermos, cada vez, a PROCURAR nossa real essência. Pesquisa íntima por caminhos escabrosos que nos é apresentada pela somatização de passado, futuro e presente (e talvez, sob influência de vidas remotas). Cada qual vivencia SUA própria experiência não havendo sobremaneira um julgamento alheio. Mas é fato: Aquele que procura em você vossos defeitos é porque conhece bem, nele próprio!

Quando garoto, iniciei-me nos estudos (gosto de chamar de) alternativos. Li bastante, montamos grupos de discussão. Ingressei em alguns outros. Fui iniciado em outras OOrd∴. Estudei Mitologia Grega em um grupo de estudo onde fazíamos paralelos das demais mitologias tentando compreender a similaridade entre tantas. Fiz a faculdade da vida, que ainda curso e sou repetente. Tanta coisa ocorreu que seria impossível descrever, mas mesmo assim sempre tem um que chega e diz que me conhece. E o pior: Sempre dizendo algo que exclusivamente para cabe para ele próprio.

Sou à favor do que chamo de EXPECTATIVA ZERO! Desde uma entrevista de emprego, ou de Ord∴, de um encontro com uma garota até para com o resultado da reunião da tarde com meus superiores. O futuro foi agora... Tudo é invenção. Ninguém vai saber de nada. Mas todos saberão do que passou. Tudo por acaso, por atraso. Mera diversão, como diria o compositor Lenine.

Se, ante às expectativas, mantermos nossa frequência baixa, poderemos nos surpreender com qualquer resultado que tende a aparecer. Já, aqueles que mantêm grandes expectativas, fatalmente se frustram.

É tão mais fácil deixar o futuro nos mostrar o que será presente e depois de passado, remoto. É um bom exercício que, inclusive, faz a vida mais VIVA, mais intensa, SEMPRE e não apenas quando esperamos que algo aconteça.

D´onde venho, é costume dizer “O que é teu, o boi não lambe!”... Não sei bem o que significa isso, mas interpreto como sendo O QUE TIVER QUE SER, SERÁ.

Relaxa, mano! Com ou sem sua expectativa, VAI ACONTECER. Tranquilize-se. Se não for agora, e for SEU, será em breve.

E o medo é o maior inimigo desta tranquilidade.

O medo de sentir medo do que pode acontecer. Medo do sol, pois pode queimar nossa pele. Medo da chuva, porque vai molhar a roupa no varal. Medo do Não da garota. Medo de ser demitido. Medo de não conseguir uma recolocação. Medo de não ser aceito. Medo de ser discriminado. Medo do medo.

Medo de errar? Por quê? Errar é uma dádiva àqueles que tentam! Os que pouco erram é porque tentam pouco. Infelizmente “as coisas” acontecem do lado de fora desta zona de conforto que insistimos em criar. Mesmo quando damos um passinho pra fora, logo poderemos nos ver de novo em uma rotina confortável.

E qual a diferença entre você e aquele que, por algum motivo, você admira? NENHUMA! Ele é, assim como você, passível de erro só que mais ousado (ou determinado?!?) em determinado assunto. Talvez seja a responsabilidade (cito: habilidade para dar uma resposta) ou ainda a sorte (quando a oportunidade encontra alguém preparado) que difere. Talvez, pense que seja o DNA, o berço de ouro, ou a escola em que estudou. Ou anda disso. Medo?!? De quê? Morrer? Quem tem medo de morrer acaba vivendo com medo. O medo da morte deixa a VIDA sendo um só MEDO. A única certeza é a morte, meu caro. Não temas. Prepare-se para ela. Encontre-se com ela. Entregue-se para ela. Ela é sua amiga! Sua aliada. Aos que estudam o xamanismo, a morte SEMPRE o acompanha a distância de um braço e atrás dele. Os mais estudiosos (preparados) conseguem, inclusive, ver a própria morte, olhando para trás e para a esquerda repentinamente. Ela SEMPRE esteve com você! Nem por isso você morreu.

E... O que vem depois? Ah! Medo de descobrir né? Bom seria se as expectativas fossem aqui, também, eliminadas. Assim, o que tiver que ser, será. E sua passagem por mais esta Inic∴ será mais branda e sua atenção proverá maiores ensinamentos.

Mas... Quem saberá? Nada sabemos! E isso é o que nos motiva nesta possível busca da verdade. Não existem caminhos, mas sim formas de caminhar. Aos que praticam a serenidade, meus cumprimentos. Aos que têm expectativas à flor da pele, cuidado: VOCÊ VAI MORRER!

Um Dia!

Tente se conhecer melhor. Ouvir seu corpo. Ele fala com você o tempo todo. Não tenha medo de se tocar, se ver, se conhecer melhor. Ouça sua respiração, batidas cardíacas. E, quando estiver pronto, entregue-se para seu mestre interior e ouça com atenção suas últimas lições deste plano. Será mais uma iniciação... E você já passou por várias.

Boa VIDA! Escute seu corpo. Ele fala com você. Agora mesmo, quando você está lendo, ele está falando com você. Pelos vossos olhos a luz, no cérebro a decodificação destes símbolos aos quais chamamos de letras. Com a mente vem a compreensão e na alma, o calor da inspiração! Ouse fazer e o poder lhe será dado. Boa vida!

TFA

VaLEO

Leo Cinezi

ARLS Barão de Mauá – 748

Oriente de São Paulo

GLESP.