Virtude

Uma das coisas que me lembro de quando da minha iniciação foi a pergunta direta feita, que depois vim, a saber, que foi o Venerável Mestre, e que, praticamente me deixou assim quase sem ação foi: “Que entendeis por Virtude?”

Todos concordam que uma pergunta feita de repente deixa qualquer um, às vezes, sem palavras exatas para definir. Em geral, na hora, a maioria exclama várias definições, definições essas que são respeitadas pelo Venerável Mestre, sendo aceitas pelo interlocutor, que acrescenta: “E é também uma disposição da alma que nos induz à prática do bem”. Ou seja, é agir de conformidade com as noções de bem, dentro da ética e com justiça, “fugindo das tentações e buscando sempre a prudência e a temperança nas ações”

Não quero entrar aqui nas diversas classificações existentes como virtudes morais, virtudes teologais, virtudes cardeais, virtudes entendidas pelos filósofos e outras mais. 

A “virtude no sentido moral seria a inclinação de uma pessoa de buscar praticar o bem ou, em outras palavras, tudo o que encontramos na personalidade de um indivíduo que o leve a fazer boas ações”

A virtude é exatamente uma das qualidades exigidas para que sejamos admitidos na Instituição Maçônica, além de possuir antecedentes de que seja livre pensador, de vontade própria, assim como saiba demonstrar discrição absoluta. 

“Estes três preceitos da ética maçônica constituem as principais condições que a Instituição requer para franquear as portas aos candidatos que desejam participar” dos ensinamentos maçônicos dados em Loja, pois é precisamente neste recinto que se adquirem os conhecimentos, pois a prática do bem se faz através do conhecimento. E o lugar que temos toda a semana para exercitar essa tarefa se chama Loja. Ela é exatamente o local ideal onde se adquire os conhecimentos que levam ao homem até adquirir a prática das virtudes sociais. .

Na Loja recebemos os elementos fundamentais para o desenvolvimento moral de cada Irmão que participa das sessões e, deverá atrelar a uma concepção prática social, a fim de adquirir virtudes com as práticas das instruções dentro dos graus adquiridos e dadas no correr da vida maçônica. 

Não devemos esquecer que a virtude “é um padrão de pensamento e conduta baseado em elevados padrões morais” conforme estão descritos nas instruções. 

Na Loja nós trabalhamos “para adaptar nosso espírito às grandes afeições e só concebemos ideias sólidas de virtude, porque somente regulando nossos costumes pelos eternos princípios da moral é que poderemos dar à nossa alma esse equilíbrio de forças e de sensibilidade que constitui a ciência da vida”, diz o Ritual. 

E a Maçonaria diz que esse trabalho de adquirir virtude é muito penoso, mas devemos nos sujeitar com satisfação, porque vamos fazer nosso bem e da humanidade, multiplicando a felicidade do próximo.

Esse é o trabalho do Maçom: trabalhar para adquirir virtude, que não é ausência de vício, como disse G. K. Chesterton: “A virtude não é ausência de vícios nem consiste em evitar os perigos morais. A virtude é algo nítido e independente, como a dor ou um cheiro específico”

 

Juarez de Oliveira Castro

Mestre Maçom (Instalado) da Loja "Alferes Tiradentes" Nº 20

Sob a obediência da M∴R∴G∴L∴S∴C∴

Florianópolis-Santa Catarina