A Liberdade na Maçonaria Universal.

A liberdade é a faculdade do ser humano, de optar, a partir de uma consciência de raiz objetiva, ainda que não seja universal entre comportamentos distintos, atuações concretas ou possibilidades de pensamentos.

O caráter abstrato de qualquer definição dela reflete seu dobro sentido: Objetivo (social, de escolher) e subjetivo (historicidade do conceito). O primeiro se enfrenta a seus condicionamentos (fatalismo, determinismo) enquanto que o segundo remete, a partir do anterior, o valor que cada formação social e suas superestruturas ideológicas o concedem em seu próprio marco: desse modo, a tempo que a sua existência sempre se tem aceitado como faculdade.

 Historicamente sempre se tem interpretado de múltiplas formas. Não escravidão (na Grécia e em Roma, submissão consciente à vontade divina).

Livre Arbítrio: capacidade do indivíduo de desenvolver-se individual ou socialmente sem nenhum obstáculo que o respeito recíproco (a tese liberal).

Eliminação das travas sociais (especialmente a divisão da sociedade em classes) para desenvolver o voo das potencialidades individuais como rebelião frente a valores dominantes.

Não escravidão ou servidão. Situação de não se encontrar detido ou preso (carência de ataduras legais ou sociais).

Qualidade genética dos estados que reconhecem a soberania popular e mantém instituições parlamentarias. Comportamentos que ilude a etiqueta, os cumprimentos e inclusive a correção, soltura e agilidade. Logo há a liberdade condicional, a liberdade de expressão, a liberdade de navegação, a liberdade provisória, a liberdade religiosa, a liberdade de imprensa, etc.

Mas a liberdade que nós, maçons, buscamos, o que nos ensina um dos princípios fundamentais da Ordem, a que verdadeiramente devemos de obter, é nossa liberdade interior. Devemos conhecer a nós mesmos, devemos liberar de nossas ataduras, de nossa escravidão interior, como os ressentimentos, as amarguras, a ansiedade, a angústia, a desesperação (os vícios), as enormes dificuldades para relacionarmos com o próximo e viver e oferecer um caminho concreto em direção à plenitude da vida. A contemplar sua beleza, a viver interiormente livre. O primeiro passo é liberarmos da escravidão do sofrimento inútil. As tragédias psíquicas vêm pelo erro intelectual que nos arrasta ao precipício do mal e a desgraça, pela afetividade desenfreada.

 Escravizamos-nos por ignorarmos a nós mesmos. Por nossa s próprias forças instintivas. A liberdade interior vem tanto mais quanto mais tenhamos verdadeira e profunda sabedoria. A liberdade interior consiste em não manipular, nem deixar-se manipular ou sentir-se oprimido por outros  sem saber como responder em forma adequada. A liberdade é cortar a opressão e sofrimentos inúteis e sem sentido.

Perde-se a liberdade interior pelo forte domínio sobre o homem de sua própria condição afetiva. Esta o domina despoticamente até convertê-lo em escravo de si mesmo. A frustração, o ressentimento, significa opressão. A frustração é a incapacidade de aceitar que o que se pretendia não era possível.

O ressentimento é não aceitar todo o passado. A amargura é o resultado de viver fracassado e ressentido.  O isolamento consiste na incapacidade de estabelecer relações interpessoais adequadas. Em não poder aceitar que os demais sejam como são. Quem não tem liberdade vive oprimido. A causa de sua escravidão está dentro de si mesmo. Os sentimentos, o afeto, as emoções mal controladas, caprichos, gritos, ira, etc. Reações ruins que não resolvem problemas negam a verdadeira liberdade, se perde por processos afetivos, o humor, os ressentimentos, as emoções, as paixões, as recordações e os desejos.

Autor

* Eduardo Ramírez Garza

Tradução livre feita por: Juarez de Oliveira Castro.