A libertação do egoísmo e da submissão às forças instintivas

Dentro do processo evolutivo do ser humano, o ser humano passa por processos de superação e domínio de certas forças que atuam nele e o guia nos estágios primitivos de seu desenvolvimento.

Algumas delas são bem simples de se identificar, o que não quer dizer que é fácil superá-las, como as forças instintivas e o apego ao prazer e às percepções sensoriais.

 

Superar e dominar não quer dizer negar ou suprimir, mas transcender, fazer com que nossa consciência individualizada não seja suprimida por elas. É um processo de maturação, onde consigo dominar esses estes impulsos e não ser apenas guiado por eles.

 

O homem primitivo é guiado por seus impulsos e instintos básicos… quase como um animal que segue seus instintos básicos de sobrevivência e perpetuação da espécie. É conduzido de forma muito inconsciente pelas forças de mente coletiva. É o princípio animalesco das relações humanas.

Logo este processo intensifica o desenvolvimento do ego, para separação do EU das forças coletivas, ou seja, impulsiona a percepção do ser humano para si próprio, para a percepção de que é uma entidade separada do todo, única e individual… obviamente isto nos leva a uma fase egoísta, porém essencial para que esta percepção aconteça: se não consigo me compreender, como posso compreender o outro?

 

Nessas fases, a realização pode se vincular a um nível mais superficial, como percepções sensoriais: consumo, sexo, entorpecimento (alcool e outras drogas), diversão, a busca por um parceiro emocional e etc… tudo que pode nos traz prazer e satisfação e realização de meus desejos…

Logo, dentro de nossas relações humanas, perceberemos que nossas necessidades e interesses são singulares, não são iguais a de todos. O meu modo de pensar é diferente, e existe uma necessidade de aceitação social, de ser reconhecido.

 

Em muitos casos, o ser humano dá uso à sua vida na Terra com o único propósito de dar satisfação a si mesmo, na única experiência de intensificar o seu próprio ego egoísta… neste caso o ego pode buscar status social e poder, sobrepujar os outros, quer ser melhor, mais importante e idolatrado. Essa força do ego passa a ser tão grande que não se importa com os outros, apenas nos seus próprios interesses. Para atingir seus objetivos, não se importará com o sofrimento alheio, pois está tão mergulhado em si próprio que se torna incapaz de sentir empatia, amor ao próximo…

 

Daí podemos compreender a tirania, arrogância e desejo pelo poder de muitos que estão em altos cargos dos governos, em grandes empresas ou mesmo que herdam um grande “status” a partir de condições financeiras favoráveis de suas famílias e etc… seu poder pode subjugar as pessoas e se sentem superiores aos demais. Muitas vezes chegam a estas posições a custa de muito muito sofrimento alheio e não hesitarão em manter essa corrente em prol da manutenção de seus privilégios ou para alcançar seus objetivos particulares.

 

Para quebrar essas correntes, existe algo muito simples que é a base do sentido de Humanidade: as relações humanas. A lei do carma coloca as pessoas em contextos que crie condições favoráveis para a transformação pessoal. Haverão os encontros com as pessoas que despertarão a semente da compassividade, do amor e do respeito. Isso pode se dar em seus pequenos círculos, despertando esses sentimentos ali para que possa aos poucos crescer e abarcar toda a humanidade. Nesses pequenos círculos, o seu encontro com a alma do outro pode despertar o amor e respeito a uma pessoa amada, aos filhos, amigos próximos ou mesmo aquele que desinteressadamente lhe estende a mão… tirando sutimente o seu foco egocêntrico, do propósito de dar satisfação apenas a si mesmo, trazendo assim um olhar compassivo e altruísta para o outro ser humano.

 

Leonardo Maia

 

Fonte: https://www.antroposofy.com.br/forum/a-libertacao-do-egoismo-e-da-submissao-as-forcas-instintivas/