A negação é um problema.

 

Os liberais são honestos em suas palavras, em minha opinião. Pão é pão, queijo é queijo. Ou você trabalha muito para ser o melhor ou ficará a mercê da vontade alheia. Claro que estou falando a respeito de qualquer tipo de trabalho, se você é ainda estudante, seu trabalho é estudar para aprender o máximo possível e usar esse conhecimento como ferramenta de mudança na sua vida.

 

Costumo perguntar aos brasileiros que demandam por mais Estado, qual é o modelo que querem seguir, já que até agora não existe uma só história de sucesso no socialismo. Frequentemente ouvimos deles que ainda não sabem o modelo que querem seguir, mas sabem o que não querem. Vez ou outra, quando questionamos isso, de pronto vem uma resposta pronta. A Suécia, os nórdicos, Obama. Claro que essas respostas são absurdas, pois ignoram que todos esses países viveram séculos de livre mercado muito mais produtivo que o do Brasil que não fez nem seu dever de casa e já quer distribuir vantagens.

 

Como óbvia consequência, esses países tiveram dinheiro sobrando para promover o Estado de Bem Estar Social, aquele onde o governo concede quase tudo que se é necessário, ignorando que a busca da felicidade é individual. Mais cedo ou mais tarde, o dinheiro alheio acaba e já estamos vendo a diminuição dos benefícios dos nórdicos, diminuindo suas taxas e boas vontades sociais, pois estacionaram em crescimento econômico e precisam voltar a crescer. Os EUA começaram a errar, mas acredito que as pesquisas falem por mim e Obama já é considerado pelos americanos, o pior presidente desde a segunda guerra mundial. Existe uma forte tendência de derrota dos democratas nas próximas eleições americanas.

 

Mas voltando ao Brasil, os liberais estão certos dos modelos que querem adotar. Muito mais próximos da Nova Zelândia, Austrália e Coréia do Sul do que os modelos Cubanos, Norte Coreano e Venezuelano. Já os que levantam a bandeira da desigualdade, a mãe de todos os males (?) e tomam a decisão de "acabar ou diminuir a desigualdade". Não se engane a desigualdade sempre existirá. Se fosse possível dar um reset no mundo e fazer com que todos tivessem exatamente a mesma renda, no minuto seguinte já haveria uma pessoa mais rica que a outra, usando as habilidades que adquiriu para fazer trocas mais vantajosas, e no longo prazo, continuaríamos tendo ricos e pobres.

 

A tentativa da "justiça social" está justamente em tentar corrigir, usando termos vazios, aquilo que o homem fará naturalmente. Claro que os métodos serão invariavelmente as supressões de liberdades e a diminuição da meritocracia, como se esses não fizessem parte da criação de riqueza. O que se ganha em troca é a fuga daqueles que de fato fazem a economia crescer. Os investidores e empreendedores buscam lugares mais livres para que seus esforços sejam recompensados ao invés de punidos. A inconsistência é fazer os criadores de riqueza fugirem. Quem quer pescar, deve jogar pedra nos peixes?

 

Eu sugiro fazermos experiências de mercado. Quando você pergunta o seguinte a um desinformado: É justo que existam pessoas ricas e pobres? É bom que uma pessoa seja diferentemente recompensada pelo seu esforço? É bom que a competição seja motivadora? A resposta será Não, Não e Não. Faça o teste. E logo depois disso pergunte: Como então farei para criar riqueza sem essas ideias? É batata, leitor! O problema da pobreza está na negação da natureza humana, a solução está na liberdade.

* Heitor Machado
é Empreendedor e Especialista do Instituto Liberal.

Originalmente publicano no Alerta Total – www.alertatotal.net