A Paciência
O Maçom, para alcançar o conhecimento, buscar o progresso interior e exterior, deve plantar a sua conduta dentro da Loja, com exemplar Paciência. Os impacientes e os que, na Maçonaria, apenas procuram interesses espúrios ou tolas vaidades, não conseguem realizar esse objetivo. As precipitações, o afoitamento, a pressa são meios conturbadores.
A Paciência é o caminho mais curto para alcançar-se a paz. Perdoar àqueles que conosco caminham, para colocarem nossa Paciência à prova, é a caridade mais meritória.
La Fontaine ensina que “A Paciência e o tempo dão mais resultado que a força e a raiva”.
Todos os nossos Irmãos devem cultivar a Paciência porque, sendo irmã gêmea da tolerância, é uma virtude que consiste na capacidade constante em suportar as adversidades, as dores e os infortúnios, com resignação, subordinada à fortaleza da alma. Diz-se que o tempo, a Paciência e a perseverança nos conferem a integridade e habilitam a realizar todas as coisas.
Paciência significa equilíbrio e o controle do dualismo, o freio para o instinto, o fruto da meditação, o caminho da sabedoria.
É, portanto, importantíssimo, ressaltarmos a Paciência para nossos Irmãos Aprendizes Maçons, que estão se iniciando na realização espiritual e na condução ao aperfeiçoamento. Esse início é o despertar da consciência adormecida, da mente, das emoções e aprimoramento dos atos. É o amanhecer da consciência interior, que esteve até agora, adormecida ou inativa. Devemos nos descobrir e caminhar da direção da Luz sem preconceitos, ilusões, vaidades e com a mente clara e imparcial e, sobretudo, paciente, pois há em cada ser humano uma ilimitada possibilidade de bem, de força e capacidade de desenvolver e manifestar as mais elevadas qualidades humanas.
A Paciência é o elemento fundamental para nossa jornada na busca da evolução, que é uma meta somente atingida com perseverança, constância, sinceridade de propósitos e, muita, muita Paciência.
Devemos, pois, Irmãos Aprendizes, desbastar a Pedra Bruta, que é a atual situação das nossas almas profanas, para sermos instruídos nos mistérios da Ordem da Arte Real. Ela deve ser trabalhada, com cuidado, com carinho e habilidade, com o malho e o cinzel. Este trabalho exige a virtude da Paciência que, por sua vez, está subordinada à fortaleza da alma, a retidão do caráter e ao controle dos vícios. Esta Paciência consiste, também, na capacidade constante de encarar as adversidades, tolerando seus amargores. É a resignação de um lado, e perseverança tranquila, do outro. A Paciência é, sem dúvida, uma forma de persistência. É uma qualidade que, de modo geral, não associamos à vontade, mas é parte de uma vontade plenamente desenvolvida em nossa mente e em nossa alma, refletindo seus raios pelo nosso corpo. A Paciência, o tempo e a perseverança, com seus valores extremados, nos habilitam a realizar muitas coisas.
Essa ideia, meus Irmãos, é semelhante aquela já dita por alguns filósofos: “O trabalho da Pedra Bruta é um trabalho de paciência, tendo em vista a duração do tempo, do labor e o capricho necessário para levá-la ao formato de um paralelogramo perfeito”. Muitos abandonam este trabalho por cansaço e outros, desejando consegui-lo, precipitadamente, nunca tiveram êxito. Na verdade, é um trabalho árduo e paciente e este é um dos objetivos mais importantes da nossa Ordem Maçônica, e, muito provavelmente, o principal. Os impacientes não conseguem realizar este trabalho.
Finalizando, fica no ar uma frase, para pensarmos e refletirmos: “A Paciência não é como uma flor que pode ser colhida. É como uma montanha, que passo a passo, deve ser escalada”.
Então, fica claro que ela não acontece da noite para o dia na nossa vida. Para o seu desenvolvimento é preciso que ela seja exercitada diariamente e só se desenvolve e se fortalece quando procuramos a íntima ligação com o nosso mundo interior que é o Grande Arquiteto do Universo.
(Fonte: Revista Universo Maçônico)