A Pedra Bruta escondida em nós Maçons

Os antigos gregos costumavam erguer colunas de pedras consagradas diante de seus templos e ginásios a até mesmo habitações de seus cidadãos insignes.

No mundo árabe em Meca, acha-se a PEDRA mais notável do mundo, e uma PEDRA PRETA, que está preservada na casa cúbica que fica no átrio da mesquita sagrada. Acredita-se que seja um aerólito ou pedra meteórica, esta PEDRA tem sete polegadas de comprimento aproximadamente, é oval segundo diz, ela foi quebrada durante o assédio de Meca em 683 dC, foi recomposta com cimento e encerrada numa cinta de prata. Está embutida na parede do ângulo nordeste da Kaaba a uma altura que permite que seus devotos a beijem em ato de adoração. Esses são apenas alguns dos inúmeros exemplos da correlação do homem e a pedra presente na cultura religiosa que a mais antiga das manifestações que circunda a vida humana.

Assim também para a maçonaria as pedras tem um valor imensurável, posto que a própria origem desta instituição tenha muito haver com elas, uma vez que herdeira de conhecimento de várias associações de construtores, principalmente daquelas manifestada durante a Idade Média.

A representação simbólica das pedras está intimamente ligada com a vida de um maçom, desde sua iniciação, seu primeiro trabalho realizado a frente do Irmão Primeiro Vigilante, onde ele ainda não percebe a riqueza existente nesse gesto.

A PEDRA BRUTA é o ponto de partida para a grande transformação a ser feita no espírito do maçom. Desbastar esta PEDRA BRUTA significa que esse trabalho simbólico deve-se dedicar o maçom para chegar a ser obreiro que domine a boa arte de construir.

Na realização desse trabalho o iniciado e ao mesmo tempo obreiro, matéria-prima e instrumento. Ele mesmo PEDRA BRUTA, que representa seu atual estado de imperfeito desenvolvimento, que deve se converter em forma de perfeição interior, como a perfeição infinita e seu absoluto é inacessível, o que nos resta fazer é tão somente aproximar da perfeição ideal, por etapas de progresso, desenvolvendo-as através de sucessivos graus de perfeição relativa.

O próprio reconhecimento das nossas imperfeições por um lado e do outro um ideal desejado são as primeiras condições indispensáveis para que possa existir o trabalho de desbaste.

Se o aprendiz souber revelar ,quando algum irmão o aborrecer, estará retirando uma aresta, se ele usar o exercício da tolerância contra agressões, mais aresta caem.

O construir, o participar, o contribuir e o atender são atributos que também retiram arestas. Contudo a melhor maneira de desbastar a PEDRA BRUTA é a própria comprovação fraterna, chave para abrir as portas aos irmãos e assim estaremos dando mostra de que os amamos. Este é o caminho certo, o início do aperfeiçoamento, que certamente será longo, áspero e de sacrifı́cios, mas vale a pena ser trilhado.

”É dando que se recebe” lembra-nos Francisco de Assis, em sua mensagem de amor. Assim pede-se aos aprendizes-maçons, sempre haja alguém que os ajudam a suportar o fardo, a torná-lo leve, colaborando com seu progresso mostrando sempre o caminho do bem e da virtude. É necessário ainda que um de nós, sendo PEDRA BRUTA conheça sua própria natureza, descubra de que material é feito, que resistência possui se é Pedra Ferro, Pedra Mármore, Granito ou outra composição. Esse trabalho deve ser rotina em nossas vidas, uma vez que a necessidade de aprimoramento seja ele intelectual, espiritual ou psíquico faz parte da natureza humana para atingir novos paradigmas do verdadeiro progresso, a serviço da própria humanidade que vai adentrando por séculos e séculos cumprindo seu destino. Pois, somos degraus na cadeia da divindade, e a cada degrau sustenta um e é sustentado por outro, o ser evolucionado além de limpar e polir seu degrau tem também o dever de contribuir para limpeza dos outros, para que nada de feio se veja, assim estaremos evoluindo e colaborando pra evolução de todos, pois “o todo é muito maior que a simples soma das partes”.

O valor alegórico inspirados nas pedras, desde os primórdios dos tempos, e refletido para toda existência, que o homem moderno precisa obter os ensinamentos que elas, as pedras proporcionam, a fim de melhorar sua própria vida, para contribuir na construção de uma sociedade centrada nos bons costumes.

Desta forma, faz-se necessário buscar incessantemente o aprimoramento individual e coletivo, quer nos trabalhos das oficinas, nos encontros fraternos, na aplicação da doutrina, no ensinamento geral a que todos abrangem, nas ocupações do mundo profano, que o maçom cumpre integralmente sua finalidade na sociedade humana.

A transformação de PEDRA BRUTA em PEDRA POLIDA só encontra seu significado real com trabalho primitivo dos PEDREIROS LIVRES, quando, a própria oficina procura anular essas arestas de seus próprios Irmãos quaisquer que sejam as suas posições em Loja, sejam quais forem seus títulos iniciáticos.

Reflitamos, pois meus irmãos. E que o GADU a todos nos ilumine e guarde.

Ir... Mario Augusto Serrano 

Loja Luz e Perfeição, 608 Presidente Prudente – SP.