A Pedra Bruta.

 

Na presente Peça damos nossa orientação particular sobre a Pedra Bruta:

Neste ensinamento acharão a satisfação de seus desejos de aprender e conhecer argumentos sobre o conhecimento da Pedra Bruta.

Como sabemos a pedra tem sido desde tempos imemoriáveis distintos significados para o Homem. Desde antes da aparição das primeiras sociedades, desde os primeiros assentamentos, o ser humano encontrou nas qualidades das pedras representação de virtudes divinas e humanas, prova disso foi utilização muito cedo em lápides sepulcrais e objetos de veneração religiosa. Sua utilização pode se considerar com uma maneira primitiva de arte e como intentos para conferir uma capacidade comunicativa à pedra mais além da forma que a natureza o outorgara originalmente.

Posteriormente, com o advento da cultura, o ser humano foi desenvolvendo tanto suas habilidades comunicativas como de construção e consequentemente, começou a utilizar estas últimas não só para levantar estruturas que proporcionaram cobiça, segurança e domínio da natureza, se não também para comunicar ideias, conceitos e experiências.

Desde antes das grandes construções babilônicas, passando pelas pirâmides egípcias, as cidades gregas e romanas, chegando às grandes catedrais medievais, os homens que projetaram e levantaram estas magníficas edificações foram aperfeiçoando sua arte.

O processo construtivo começava materialmente quando a pedra, em seu estado mais natural, recém-cortada de seu veio, era retirada do canteiro para ser submetida ao trabalho que o cortador de pedra devia efetuar a fim de fazê-la útil ao plano construtivo a seguir: dando a ela a forma devida, as dimensões adequadas e o polimento necessário.

Para cada etapa do processo descrito foram-se iniciando homens com características especiais, nem tanto pelos seus conhecimentos e habilidades prévias, porém por seu caráter e sua atitude para enfrentar o árduo trabalho.

É assim que este processo se assimilou simbolicamente ao mesmo processo construtivo, o que no final de vários séculos culminou com o surgimento da “Maçonaria Especulativa”. Esta adotou a linguagem arquitetônica, transformando-a em símbolos do próprio trabalho de aperfeiçoamento humano, criando um sistema semântico esotérico que recolhia vastos e profundos ensinamentos ancestrais, que seriam dados a conhecer de modo gradual unicamente àqueles dignos de tais conhecimentos.

A todos os irmãos maçons do orbe que estudam e se preocupam para compreender os ensinamentos lhes dedico esta orientação.

A todos os profanos que cheguem a tropeçar com estas linhas escritas de coração, poderão ter uma ideia do conhecimento entregue, se envolverão de seu erro, pelo desconhecimento de tão vasta orientação, tão perseguida e atropelada pela ignorância e má fé.

“A maçonaria não tem mais segredo que a inteligência e a honradez. Se deixa o fardo das más paixões à entrada, e se contrai o dever de trabalhar inatacavelmente nela”. José Marti.

Carlos Héctor Tula

Or... de Tucumán, ARLS... Estrella.

Tradução livre feita por: Juarez de Oliveira Castro.

Publicado originalmente em “Diário Maçônico”.