A Ritualística e a formação da Egrégora em Loja

 

 

Há tempos tenho me manifestado, em Loja, comentando a importância da prática ritualística em qualquer momento de nossa vida como forma de promovermos a auto-disciplina. Na verdade, a prática ritualística, metódica, em situações de rotina, tem um cunho egoísta, pois beneficia, essencialmente, a cada um de nós mesmos. Mas quando se observa a ritualística em uma Loja, ou seja, em um quadro mais amplo, comunitário, a situação se transmuta.

 

Desde a composição da Loja pelo Irmão Mestre de Cerimônias vamos regulando nossa “frequência vibratória”. Já na Sala dos Passos Perdidos ou no Átrio, fazemos nossos primeiros acertos vibratórios! Silêncio e pensamentos elevados vão isolando os problemas do mundo profano. Assim, adentramos ao Templo já desaniviados.

 

Quando acontece a primeira pergunta através do Venerável Mestre, firmamos o ajuste de nossa frequência vibratória, pois todos se concentram nas respostas ritualísticas que vão ser dadas. Todos repetem, mentalmente. Não deve haver dispersão!

 

Quando todos vibram na mesma frequência, formamos a egrégora e a Loja se torna forte e, inexplicavelmente, agradável, pois se promove o congraçamento dos Irmãos. Por isso, numa Sessão maçônica não cabe a falta do rigor na ritualística. Se isso acontecer, a Loja se descaracteriza, acabando por se transformar numa reunião qualquer!!! Perde- se a essência maçônica. Sem a prática da ritualística maçônica não se produz Loja Maçônica!

 

Por conclusão, a prática ritualística em Loja nos eleva à formação de uma egrégora, que é como se denomina a entidade mental, criada a partir do coletivo e pertencente a uma comunidade em assembleia! 

 

Segundo as doutrinas que aceitam a existência de egrégoras, elas estão presentes em todas as coletividades, sejam nas mais simples associações, ou mesmo nas assembleias religiosas, sempre gerada pelo somatório de energias físicas, emocionais e mentais de duas ou mais pessoas, quando se reúnem sob qualquer finalidade

 

Clemente Nelson de Moura

 

Fonte: Revista Arte Real Nº 96 - página 9.