AFINAL, O QUE É O SALÁRIO MAÇÔNICO?

Como vivemos a alegoria de “Obreiros da Arte Real”, “Construtores Sociais” e “Pontífices da Sociedade”, é natural que haja uma suposta superioridade interna, em virtude do desempenho da função, que se traduz em graus, cargos e títulos.

Na verdade, é quase uma profanação, se compreendemos o conceito de hierarquia como a organização de elementos em ordem de importância.

NA MAÇONARIA, HIERARQUIA É A DISTRIBUIÇÃO ORDENADA DE OBRIGAÇÕES.

Aprendizes devem aprender; Companheiros devem compartilhar; Mestres devem ensinar. Todavia, essa não é uma estrutura “engessada”.  O escritor Guimarães Rosa nos ensina: “Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende”.

Nessa linha de pensamento, Aristóteles proclamava: “O verdadeiro discípulo é aquele que supera o mestre”.

O Rei Salomão, por sua vez, proverbiou: “O verdadeiro companheiro está amando todo o tempo e é um irmão nascido para quando há aflição”.

E o “Aumento de Salário”? Primeiro, isso não é uma coisa, mas sim um processo.

Convém abrir um parêntese para alertar a todos que as Potências Maçônicas indicam o MÍNIMO necessário para a mudança de grau. A Loja pode e deve trabalhar mais os aspirantes. Assim, tanto a Loja quanto os Obreiros não devem apressar o processo. Não há grau, título ou quaisquer designações maiores do que ser tratado e reconhecido como IRMÃO.

Retornando ao tema, por que tanto desejo de graus e títulos? Porque somos humanos, e não espíritos. Sendo assim, então não há problemas?

Vou usar a alegoria da água. Água é bom? Traz satisfação? É necessário? Com certeza, todos responderam que sim. No entanto, escolham um copo de água para matar a sede ou pular em uma piscina e morrer afogado.
Em ambos (copo e piscina), a água é a mesma, e ninguém nos obriga a pegar o copo ou pular na piscina. O que se apresenta é a consciência, a espiritualidade sobre a matéria.

QUANDO SABEMOS NOSSOS MÉRITOS, NOSSOS LIMITES E NOSSAS NECESSIDADES,
A GRADUAÇÃO É NATURAL E RECONHECIDA.

O mais bonito na simbologia do “Aumento de Salário Maçônico” está na palavra “salário”, que deriva do latim salarium e significa “pagamento de sal” ou “pelo sal”.

Estranho é para nós pensarmos que, na Roma Antiga, o sal e o ouro equiparavam-se monetariamente. O soldado ia para a guerra em troca de um saquinho de sal. Contudo, com essas pequenas pedras brancas, ele comprava todo o necessário para seu sustento.

Há, porém, detalhes interessantes no uso do sal. Ele era utilizado para dar sabor, na cicatrização de ferimentos e para conservar a carne.

Vamos, pois, às reflexões maçônicas.

Quando o Irmão almeja um aumento de SALário, ele está disposto a dar sabor (trabalhar) pela Instituição?

Com seu aumento de SALário, ele será um elemento de concórdia e fraternidade (cicatrização de ferimentos) na Loja?

Com seu SALário, ele conservará a carne (Irmandade) ou ela se desprenderá dos ossos?

Por isso, devemos ter cuidado, pois nós nos tornamos o nosso salário. Assim como no mercado financeiro, se não for bem aplicado, entramos em decadência.

Há uma instrução muito bela no Livro da Lei, em Mateus 5:13, que encerra a reflexão: “Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens”.

2024, há 18 anos compartilho instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permaneço neste propósito para provocar a reflexão dos Obreiros sobre nossa Ordem. São visões pessoais, não são verdades absolutas, questione sempre o que lê. A verdade é aquilo que conseguimos vivenciar.
Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
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