Aposentadoria Maçônica.

Uma das formas de tratarmos uma Loja Maçônica é de OFICINA. A própria definição da palavra já explica o motivo. 

Vejamos: Oficina, s.f. (lat. Officina), 

1. Lugar onde TRABALHAM operários, 

2. Casa onde está o maquinismo de uma fábrica, ou os INSTRUMENTOS uma indústria, arte ou profissão, 

3. Lugar onde se DESENVOLVE um trabalho seja este intelectual ou operário, 

4. Lugar onde se EXERCE algum ofício. No figurativo: LUGAR ONDE SE OPERAM GRANDES TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS. 

Resumo: Loja Maçônica é uma Oficina onde os Irmãos vão para trabalhar. Portanto duas coisas são essenciais; Levar a sério o que se faz e “vestir a camisa da empresa”. Ir para a Loja Maçônica apenas por costume e igual a quem mora ao lado de uma lanternagem e não tendo o que fazer vai para lá ver a movimentação dos lanterneiros e ouvir o tinir das ferramentas. 

Em pouco tempo começa a dar palpites, mas sujar a mão de tinta não quer não. 

O “vestir a camisa da empresa” se faz presente na boa vontade de TODOS OS MESTRES Maçons em exercerem TODAS AS FUNÇÕES da Oficina. É muito triste quando presenciamos Irmãos com os Aventais Azuis ou Vermelhos não saberem como se portarem como Oficiais e Dignidades. 

O Guarda do Templo tem uma ação e uma fala e temos Irmãos que quando pedimos para que ocupem a função fazem cara feia ou pior com cara de pau, pedem para “não mexerem com ele”, deixá-lo quieto. Sem o menor constrangimento, digo que isto é muito comum entre alguns Mestres Instalados e os Irmãos Remidos, lamento informar, mas NÃO HÁ APOSENTADORIA MAÇÔNICA. 

Se estivermos “EM LOJA”, estamos “EM OFICINA”, havendo a necessidade todos devem vencer suas paixões e submeter sua vontade em prol do grupo. 

Em uma Loja Simbólica temos APENAS TRÊS categorias de “trabalhadores”. Os do grupo 1 tem a única obrigação de APRENDER, os do grupo 2 devem aprender e serem camaradas que ACOMPANHAM. O terceiro grupo é formado pelos que estão sempre em aprendizado, são companheiros e estão sempre dispostos a MESTRAR. 

A Revista A TROLHA de janeiro de 2006, trouxe uma manifestação muito perspicaz do Irmão Luis Mario Luchetta sobre o trabalho de um Mestre Maçom:

Ser Mestre Maçom significa ser Mestre em si mesmo, trabalhar com inteligência e força de vontade em si mesmo, no seu próprio aperfeiçoamento, tendo sempre em mente o fato de que nada mais somos do que simples aprendizes do Grande Mistério, mesmo que nos denominemos MESTRE.
Ser Mestre é aceitar que não nos pertencemos, mas à coletividade, e que por isso mesmo sua inteligência e sua vontade devem estar sempre a serviço dessa coletividade.
Pensem nisso; por mais que já tenhamos doado, o fizemos a gerações anteriores. A cada dia há novos Aprendizes e Companheiros que precisam do nosso apoio. A cervejinha depois da reunião pode esperar uns minutos a mais. É possível que nosso corpo físico nos coloque limitações de ações, mas uma palavra amiga e a disponibilidade em dirimir dúvidas expande nosso espírito.

* Sérgio Quirino Guimarães.