Bibliotecário

Esse cargo é provavelmente o menos presente na mente dos Veneráveis Mestres quando vão formar o grupo dos colaboradores de sua gestão, embora seja um dos Oficiais em igualdade de responsabilidade e importância, como qualquer outro.

A justificativa talvez seja que são poucas as Lojas que possuem o espaço adequado para o desenvolvimento do trabalho do Bibliotecário, ou seja, não possuem uma biblioteca. Efetuei esses destaques para que possamos, de fato, desenvolver o tema.

O conceito de espaço é a extensão ideal para se relacionar com corpos e objetos existentes. Em Geografia, é o espaço habitado, transformado e utilizado pelo ser humano. Do ponto de vista alegórico, sugere que tratamos de um espaço para acervo transformador utilizado pelo iniciado na Maçonaria.

De forma pragmática, espaço é um lugar vazio que possa ser ocupado, a exemplo de uma parede, na qual se possa fixar UMA PRATELEIRA DE UM METRO EM QUE, DECERTO, CABERÃO 40 LIVROS.

Se a Loja tem um Templo próprio, difícil acreditar que não há uma única parede onde se possa, à altura dos olhos, disponibilizar aos Irmãos literatura adequada para complementações e aprofundamentos das instruções.

Ou alguém acredita que apenas o “contato” com os Rituais é suficiente para a formação intelectual, moral e ética de um Construtor Social?

Acreditando que na casa dos Obreiros da Loja há pelo menos um livro maçônico tomando poeira em algum canto, nada mais fraterno que ele seja disponibilizado aos demais Irmãos.

Mas se a Loja não possui imóvel próprio? Cria-se uma Prateleira Virtual. O Bibliotecário conservará as obras em seu poder e, toda semana, no dia anterior à reunião, postará no grupo de WhatsApp da Loja a capa ou uma página de um livro que poderá despertar a vontade de algum Irmão em lê-lo.

Mencionado um dos possíveis trabalhos do Bibliotecário, concentremo-nos neste. Se a Loja tem uma biblioteca, o Bibliotecário deve, pois, conhecer o acervo ou, no mínimo, ter uma planilha com os títulos dos livros, sabendo onde se encontram.

No entanto, há várias outras missões que lhe cabem: o zelo e a guarda dos Livros de Atas, assim como a responsabilidade pelos Livros de Presença. Ademais, há um “chamamento de ofício” sutil transmitido pela joia do cargo de Bibliotecário no Rito Escocês Antigo e Aceito.

A significação da palavra bibliotecário advém de “biblio” (de livros), “tec” (de caixa) e “ário” (de responsável). Portanto, ele é o responsável pela caixa de livros. Sendo assim, por que a joia não é uma estante de livros ou vários livros enfileirados?

A JOIA DO BIBLIOTECÁRIO É UM LIVRO COM UMA PENA SOBREPOSTA, POIS TAMBÉM LHE CABE A GUARDA DA HISTÓRIA DA LOJA, NÃO SÓ NA PRESERVAÇÃO FÍSICA DAS ATAS E LISTAS DE PRESENÇA, MAS TAMBÉM A CONSTRUÇÃO DE UM DIÁRIO DE EFEMÉRIDES, “CAUSOS”, TRISTEZAS, GANHOS E PERDAS QUE SERVIRÃO, QUANDO POSITIVAS, DE INSPIRAÇÃO PARA NOVAS AÇÕES E ALERTAS PARA NÃO SE REPETIREM OS ERROS.

E o historiador? Não é um cargo, é uma distinção que se faz a um Irmão, independentemente de grau, com habilidades literárias. Quando a Loja resolver editar sua história, e se tivermos um Bibliotecário ativo, a obra se fará mais verdadeira.

Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.

Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente

Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
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PRESIDENTE DO MINAS GERAIS SHRINE CLUB
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Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom
Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.