Como reter talentos.

Reter talentos não é fácil. O desafio se dá mais entre os jovens da geração Y, nascidos nas décadas de 80 e 90, aproximadamente, que são em geral conectados, ligados à tecnologia, multitarefados, cheios de autoestima e ambiciosos.

Precisam estar motivados o tempo todo e não se importam de mudar de empresa quantas vezes for necessário. Enquanto as gerações anteriores constumavam entrar em uma empresa e ali permanecer até a aposentadoria, a geração Y trabalha por projeto, dá tudo de si e depois vai embora.

Um estudo da Talenses, realizado em São Paulo no início deste ano, apontou que 71% desses profissionais ficam de três a seis meses em uma companhia, gerando muita rotatividade e prejuízo para as empresas.

É preciso criar ações para estimular a permanência do profissional. Um primeiro ponto é o estímulo à proatividade, à utilização de toda a capacidade dos profissionais no trabalho. É preciso inserir as pessoas nos planejamentos estratégicos; os colaboradores precisam participar dos projetos, dos objetivos da companhia, metas, e não apenas receber ordens, em qualquer nível hierárquico. Precisam sentir que a opinião deles será válida para a empresa.

É preciso valorizar talentos elaborando planos de remuneração diferenciados e um adequado plano de carreira. Além disso, um ambiente de trabalho confortável, com flexibilidade e até a possibilidade de home office (devidamente monitorado) não são mais diferenciais, mas sim necessidades claras. 

Mudança de projetos, de focos, de habilidades, tudo isso gera interesse nos profissionais movidos a desafios.

Existe ainda no país uma cultura muito imediatista, que foca mais na solução de problemas do que em desenvolver programas em médio e longo prazo, capazes de promover ações consolidadas para reter talentos. 

Portanto, a mudança já ocorreu na mente da nova geração, mas ainda não está enraizada na estratégia das empresas. Esse é um ponto crucial e que precisa ser trabalhado.

De outra forma, as organizações continuação deixando escapar talentos e tendo que lidar com um turnover muito acima do esperado.

 

* Carolina Farah

Diretora comercial - Florianópolis.

Publicado originalmente no jornal "Diário Catarinense".