Criar é ser livre.
Como se diz por aí: “todo ser vivo nasce, cresce, reproduz e morre.” Podemos acrescentar mais alguns verbos, mas isso é, de forma resumida, uma imagem do ciclo da vida.
O processo de reprodução atua, de um lado, colaborado com o crescimento e a manutenção, através da reprodução celular. Pois o processo de crescimento requer apenas que um elemento crie outro; já a reprodução é um processo situado acima do mero crescimento, pois dá vida a um novo indivíduo da mesma espécie. Ligado assim, o final ao início.
Observamos aí que, de fato todo fim é sempre um novo começo.
Depois dos 35 ou 42 anos todas as forças que geram e mantem a vida orgânica, começam a se desprender do corpo físico. Percebemos uma diminuição na acuidade dos nossos sentidos e que as forças orgânicas enfraquecem e começamos a envelhecer.
O processo de envelhecimento muitas vezes é encarado como algo não desejável, apenas como perda de forças. Mas, assim como nos anos anteriores, podemos observar, na velhice também, como tais forças que se desprendem do corpo ficam mais uma vez liberadas para o desenvolvimento do espírito em cada ser humano. É nesse momento em que as forças de reprodução se desprendem do corpo, que o ser humano pode se tornar mais criativo do que antes.
Mas também a qualquer momento essas forças orgânicas estão presentes e podemos cultivá-las e dispor delas para o nosso aprendizado da vida. Basta que saibamos como aproveitar e cultivar tais forças no nível da alma.
Todos os processos anteriores parecem servir a esse último. Podemos pensar que a tarefa final do ser humano tem a ver com sua capacidade de criação.
Na medida em que ele cria ele se torna ele mesmo. E isso é a expressão pura da liberdade.
Vivenciaremos neste workshop uma mostra de como todos os sete processos orgânicos, anteriormente apresentados, atuando na vida da alma, nos ajudam em nosso processo de aprender conosco mesmos.
Maria Alice Araújo