Criticar é uma ação positiva

A crítica é uma arte que envolve a capacidade e a habilidade de julgar algo. Filosoficamente falando, é um exame de um princípio ou ideia, fato ou percepção, para produzir uma apreciação lógica, epistemológica, estética ou moral sobre o objeto em investigação. Por outro lado, em seu sentido figurado, é uma opinião desfavorável que direciona censura ou condenação a alguém. Observe que neste último, a crítica não só muda a conotação, muda também o objeto e, certamente, muda o sujeito. Perde a função de avaliar e assume o papel de condenar, geralmente pessoas, ao invés de ideias ou fatos.

Questiono-me...

Por que um processo tão positivo, necessário e importante foi incorporado nas relações como algo extremamente negativo?

Por que é mais fácil desconfigurar o que é bom em sua pior aplicação e adotá-lo em nosso dia a dia da forma mais prejudicial possível?

Ainda não tenho respostas e talvez nem seja bom tê-las, afinal, algo ruim raramente parte de um princípio bom. No entanto, gostaria de falar mais sobre o assunto e trazer a crítica para nossa realidade da forma que ela deve ser: útil e construtiva.

Na era da internet, onde todos querem ‘lacrar’, com direito a réplica e a tréplica, perde-se um tempo considerável com a má aplicação da crítica. Não me refiro apenas aos sujeitos envolvidos na situação, que precisam dedicar tempo e energia para manter-se ‘bem’ no jogo, estendo ao público, que desperdiça um tempo absurdo para acompanhar o ‘show’ até seu desfecho.

O objetivo desse texto é melhorar o entendimento e a utilização dessa ferramenta tão preciosa. Então, gostaria de compartilhar algumas dicas que procuro aplicar em meu cotidiano para nortear minha atividade crítica, respondendo as seguintes perguntas:

1º) O que não deve ser criticado?

Pessoas! Isso inclui aparência, relacionamento e escolhas de caráter pessoal.

2º) O que pode ser criticado? 

Fatos, ideias, comportamento, performance, qualquer coisa que possa ser melhorada.

3º) Quando eu devo criticar?

Quando eu tenho competência, conhecimento e habilidade para expressar um juízo de valor sobre algo e posso contribuir para melhoria deste.

Sempre respeitando o espaço pessoal do próximo!

4º) Qual meu objetivo ao criticar?

- Elogiar: consiste em comentar sobre aspectos positivos de algo que tenha sido apresentado de forma surpreendente ou simplesmente adequada.

- Contribuir para a melhoria: levantar questões a serem melhoradas em algo. Questões nas quais, enxergo oportunidades para contribuir de forma construtiva.

- Ou ambos!

5º) Como criticar?

- Informar o que está sendo criticado;

- Apontar soluções para melhoria ou correção do objeto da crítica;

- Se for solicitado ajuda, direcionar os envolvidos na solução.

- No caso da crítica-elogio: informar os pontos relevantes que despertaram sua satisfação, materializando a sua opinião sobre e reconhecendo as habilidades do sujeito responsável pelo objeto da crítica.

Por fim...

- Sim, criticar é uma responsabilidade! Se você não tem a intenção de ajudar, nem adianta se envolver no assunto.

- Seguindo essas dicas, você selecionará melhor onde irá ‘se meter’ e fará escolhas por causas úteis e produtivas para ambas as partes.

- Nesse caso, você se envolve em menos confusão e sobra mais tempo em seu dia. Dedique-se a atividades agradáveis.

- Menos estressado, mais divertido; menos barulhento, mais assertivo; menos chato, mais produtivo. O mundo agradece pessoas assim!

Albertina Costa

Conexão de 3º grau

Supervisora da qualidade | Coordenadora da qualidade | Auditora interna | Food Safety | HACCP | P&D

São Paulo e Região, Brasil

Fonte: https://www.linkedin.com/