Depressão e o fim do sentido da vida.

Olhamos sempre hipnotizados para as vitrines, TVs, pessoas, modelos, horizontes, outdoors, produtos.

Ouvimos histórias, contamos histórias, acreditamos em contos e fábulas.

As fábulas do empreendedorismo, da autoajuda, da religião, da autoestima, da beleza, do sucesso pessoal e profissional.

Acreditamos que a felicidade existe e que deve ser obstinadamente perseguida.

Mas, só um pouquinho...

Quem nos contou isso? Onde está escrito e por que continuamos acreditando nisso tudo?

Não, nem todos os livros que administração e liderança se encaixam na cultura do Brasil, nem sempre as formulas de "bolo" darão certo.

SAIBA - seu contador e seu advogado podem ser antiéticos e incompetentes, você pode acabar na justiça por causa dos erros deles, não se pode confiar em ninguém.

Sua família pode te trair, seus melhores amigos também.

Existem crianças molestadas pelos próprios pais, figuras que deveriam ser de confiança e proteção.

Olhamos sempre hipnotizados para as vitrines, TVs, pessoas, modelos, horizontes, outdoors, produtos. Ouvimos histórias, contamos histórias, acreditamos em contos e fábulas. As fábulas do empreendedorismo, da autoajuda, da religião, da autoestima, da beleza, do sucesso pessoal e profissional. Acreditamos que a felicidade existe e que deve ser obstinadamente perseguida. Mas, só um pouquinho... Quem nos contou isso? Onde está escrito e por que continuamos acreditando nisso tudo?

 

A educação no Brasil é caótica, o analfabetismo está tão institucionalizado e legitimado que até os filmes são dublados.

A maldade existe, e este discurso que os otimistas de plantão usam, do tipo:"poderia ser pior", não convence.

Não convence porque não tem como ser pior, qualquer pessoa com o mínimo de sanidade mental e sensibilidade, sabe que o sofrimento é terrível, este mundo é um caos.

Tem gente com muito dinheiro e infeliz. Tem gente com pouco dinheiro e também infeliz.

As histórias que conhecemos sobre países, culturas e povos nem sempre são verdadeiras, foram manipuladas em favor dos "vitoriosos". Toda história tem dois lados.

E muitas vezes nos iludimos, somos otimistas, tapamos o sol com a peneira e fingimos não ver, a nossa dor, a dor do próximo, o caos da sociedade.

Estamos vivendo a era do narcisismo a qualquer custo. O egoísmo é em larga escala. A prioridade é sobreviver, não importa o mal que o outro sofra. Mas a que custo?

Somos ignorantes achando que a desgraça do outro não nos atingirá.

É efeito dominó.

Os modelos "meritocráticos" e capitalistas são uma falácia, só nos levam mais pro buraco existencial. Não estaremos sempre felizes, não seremos sempre bem sucedidos.

Somo considerados pelo que produzimos, se ficamos doentes ou saímos dos padrões exigidos pelo capital, somos inúteis e inutilizados.

A sensibilidade, a sensitividade e o amor são desconsiderados. A fidelidade então, é artigo de luxo, ninguém mais tem gratidão por ninguém. É cada um por si, e "deus" sabe-se lá que deus, deve olhar por todos.

A teologia é outro campo que causa vexames estrondosos. Espera-se que a religião re-ligue as pessoas ao divino, ao amor, mas a religião se tornou um grande campo de batalha.

Onde deveríamos encontrar paz e motivação encontramos ódio e condenação.

Então, quando olhamos pra escola, pra igreja, pra sociedade, pra família, para os valores e para o ser humano, o que resta?

Onde se escondeu o sentido da vida?

Penso que a ciência evoluiu, mas o espírito do homem se embotou.

Quando a ciência se separou da teologia, por questões óbvias, afinal quem contradizia a igreja era queimado na fogueira dos hereges, o mundo perdeu, a humanidade perdeu.

E é urgente o chamado de se reencontrar.

Olhar pra dentro, olhar pra cima, olhar para o lado.

Parar de olhar para as fabricações midiáticas e historiográficas.

Viver o presente e a realidade. Não a fabricada pelo Facebook.

Mas do chão da vida. Do pulsar do coração. Da sensibilidade que perdemos quando racionalizamos demais. Quem muito racionaliza deixa de sentir.

Mas quem se habilita?

Quem tem coragem?

Ana Paula Peixer é Coach, membro da Sociedade Brasileira de Coaching. É escritora e teóloga com Pós em Neuropsicopedagogia. Atua com coaching, aulas, palestras e treinamentos corporativos. www.anapaulapeixer.com.br.

PUBLICADO EM SOCIEDADE POR ANA PAULA PEIXER