Desejar o que já temos

O bigodudo escritor americano Mark Twain dizia que “a comparação é a morte da alegria”.

Sem dúvida, não importa o quão feliz você esteja com seu emprego, seu casamento ou a criação de seus filhos, no momento que comparar com a vida dos outros irá murchar.

Existirá sempre um emprego melhor, um relacionamento melhor, um método melhor que o seu para uma vida plena.

Exceto que não existe.

 

A comparação acontecerá sempre com a vida que os outros querem que você veja. Por trás daquele profissional bem sucedido existe um pai ausente. 

Por trás daquela mãe impecável está alguma solidão. Por trás daquele casamento perfeito existem anti-depressivos.

Por trás de cada sorriso em uma rede social existirá um esforço falso pra registrar a foto perfeito. E a gente cai.

 

“A comparação acontecerá sempre com a vida que os outros querem que você veja. Por trás daquele profissional bem sucedido existe um pai ausente. Por trás daquela mãe impecável está alguma solidão.”

 

 

 

A comparação acontece com aquilo que imaginamos que os outros vivem. Outras tantas vezes a comparação existe com aquilo que acreditamos que poderíamos ter vivido. “Se eu tivesse casado com aquele” ou “se eu tivesse escolhido outra profissão”.

 

E nós lamentamos por nossa vida, sempre pior que a dos outros. Esses dias li: “o Instagram do vizinho é sempre mais verde”. Todos estão felizes, viajando, comendo sushi, com empregos perfeitos e almas gêmeas. Exceto que não estão.

 

Estamos todos meio perdidos, tentando equilibrar pratos profissionais, amorosos, financeiros. Tentando imitar aqueles que nos parecem brilhantes.

 

Esquecendo de sermos nós mesmos, amarmos a nós mesmos, desejarmos ardentemente aquela que já possuímos.

 

Como diz aquele poema do Pessoa: “Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes. Assim em cada lago a lua toda brilha, porque alta vive”.