Equinócio de outono


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Equinócio é o momento exato que marca o início da primavera ou do outono, momento esse em que sol incide com maior intensidade sobre as regiões próximas à linha do equador, tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul. O termo tem origem na junção dos termos latinos aequus (igual) e nox (noite). Quando ocorre o equinócio, o dia e a noite têm igual duração (exatamente 12 horas).

Na cultura Cristã as datas comemorativas para os processos de nascimento, morte e ressurreição do Senhor também coincidem com as características dos equinócios e o “drama cósmico” que vive o sol na abóboda celeste.

Esse “drama cósmico” foi muito bem observado por várias culturas e civilizações antigas, sendo os equinócios e solstícios considerados momentos especiais para integrar-se com as forças da natureza e do cosmos. Tamanha importância pode ser comprovada pelos numerosos monumentos e construções erguidas com sincronia matemática em relação às características dos equinócios, como Loughcrew, monumento neolítico localizado na Irlanda, e Stonehenge na Inglaterra.

O homem, quando deixou de ser nômade, precisou cultivar para ter o seu sustento e, para isso, tinha que ter uma agenda. Essa agenda ele encontrou observando as estrelas, o Sol e a Lua. Ele olhava para o céu e fazia as coisas na Terra.

Com o equinócio de outono inicia-se o momento da grande colheita, representando a fartura, a maturidade da natureza, o recolhimento e descanso depois de longo tempo de plantio e cuidado com a terra.

A data era largamente celebrada pelos povos antigos. Na Anatólia ocorriam festas em honra a Cibele; na Grécia e outras regiões eram realizados os mistérios de Elêusis, em honra a Deméter e Perséfone; em Roma era comemorado o festival de Ceres, deusa dos grãos e da agricultura; na Lusitânia céltica (em especial na região da Galícia) realizavam-se ritos para Nábia e também para Aetegina; na Irlanda o equinócio de outono era a ampliação e finalização das festas de Lúnasa, dedicados a Lugh e Tailtiu; na Escócia, o último feixe de grãos era ceifado de formas ritualísticas e amarrado em uma figura de palha que seria chamada de “Rainha da Colheita” e estaria repleta de poder fertilizador.

Na tradição celta, é o período em que a escuridão, novamente, ganha o controle, a energia “giamos” fica ainda mais proeminente nos ritmos diários do mundo natural e as energias da Tribo humana devem lutar para se realinharem com a mudança da ordem das coisas. O próprio ato de recolhimento, de se voltar para o interior é a característica principal do “giamos” (como oposto à qualidade expansiva e mudança externa de “samos“), e uma vez as atividades de coleta e armazenamento da colheita tenha sido completada, a estação da escuridão pode se estabelecer completamente, presenteando o mundo com um período necessário de inação, contemplação e descanso.

O outono é a maturidade, não apenas da natureza, mas também do homem. É a estação que representa o equilíbrio. É a natureza mostrando-nos sua face mais calma, mais serena e madura, nos chamando para um momento de pausa, reflexão e descanso. É o momento de agradecimento pela “colheita”, pelos “frutos” recebidos, pelo aprendizado adquirido. É um tempo de, sobretudo, agradecimento pela fartura da Terra e pelas bênçãos alcançadas ao longo do ano.

 

Pesquisa realizada por Luiz Marcelo Viegas
ARLS∴ Pioneiros de Ibirité, 273 – GLMMG
Escola Maçônica Mestre Antônio Augusto Alves D’Almeida – GLMMG

Fonte: https://opontodentrodocirculo.wordpress.com/2017/03/28/equinocio-de-outono-2/