GRATIDÃO E LEALDADE. (Não se aprendem na Maçonaria)

Surpreso ou chocado?

Sendo a Maçonaria uma Ordem de erudição das virtudes e do antagonismo aos vícios, como pode um Past Grão-Mestre afirmar que tais virtudes não fazem parte do nosso aprendizado?

Se, por um lado, temos a gratidão e a lealdade como virtudes, a ingratidão e a deslealdade são, então, vícios. A questão encontra-se na idiossincrasia maçônica, a qual vivencia as virtudes (gratidão e lealdade) como ideias, sistemas e princípios, porém experimenta os vícios (ingratidão e deslealdade) por ações, conteúdo e propósitos.

Há dois pensamentos filosóficos que exemplificam essa realidade: “A gratidão não é apenas a maior das virtudes, mas a mãe de todas as outras.” (Cícero) e “A benevolência alegra constantemente os gratos; os ingratos, porém, apenas uma vez.” (Sêneca)

De maneira equivocada, nos ensinaram que a gratidão são demonstrações públicas de apreço, como uma paga a algo recebido. Contudo, qual é o valor de uma benesse? Uma medalha? Um título? Um discurso elogioso? Assim,

A GRATIDÃO É UM SENTIMENTO PESSOAL E ÍNTIMO
QUE SE INSTALA QUANDO NÃO SE MANIFESTA A INGRATIDÃO.

GRATIDÃO é ser AGRACIADO, receber pelo Criador a GRAÇA ou a BENÇÃO vindas do reconhecimento de nossas ações e nosso comportamento. É imperativo, portanto, que nós, Maçons, compreendamos isso, uma vez que todos em algo colaboraram para a formação dos Irmãos, seja com bons ou maus exemplos.

Batemos palmas para quem troca a lâmpada queimada, ao passo que negligenciamos quem construiu a escada. Quantos de nós honram seus padrinhos maçônicos?

Lealdade, por sua vez, vem do grego “pistós”, que significa “digno de confiança”, aquele que é “verdadeiro”. Sejamos sinceros: como existem pessoas falsas em nossa Ordem! E essa deslealdade se manifesta, sobretudo, por sabotagem.

O pensador americano Richard Mullin teoriza sobre como devemos compreender a lealdade. Encontrando oposição aos comportamentos a seguir, identificamos o ser desleal.

A lealdade é voluntária: o Maçom se oferece de forma livre. A lealdade é prática: o Maçom pratica a sinceridade. A lealdade é completa: o Maçom não está, ele é, no sentido de que não tem um interesse casual senão um compromisso pleno com a Ordem e seus Irmãos. Logo,

A LEALDADE É UM SENTIMENTO PESSOAL E ÍNTIMO
QUE SE INSTALA QUANDO NÃO SE MANIFESTA A DESLEALDADE.

Sendo assim, estamos fadados a conviver com a ingratidão e a deslealdade? Sim! O sistema político e administrativo que rege as Lojas e Potências profanou-se ao incorporar mecanismos e instrumentos de poder, e nós, Maçons, como seres humanos, honramos a condição de “pedras brutas”. E presenciamos ingratidões e deslealdades.

E como sobreviver a isso? Entendendo que a Maçonaria não é vida, é laboratório para aprender a viver. Cada um com sua brutalidade ou polidez. Se permitem uma sugestão:

SEJAMOS LEAIS, CONSTRUINDO ESCADAS PARA OS IRMÃOS.
SEJAMOS GRATOS AOS QUE CONSTRUÍRAM AS ESCADAS QUE USAMOS.

Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.

O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.
Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente

Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
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