História do futuro

Na peregrinação que faço pelo Brasil Maçônico, patrocinado pelos meus irmãos de Goiás, sempre me reforço na minha ação e pronunciamentos em seres humanos que contribuem para a promoção da paz, entre eles, Gandhi, a quem homenageio neste artigo de número 297.

Pacífico, em síntese, é aquele que busca viver em paz, quem vive ou adora viver em paz, sem conflitos. Infelizmente, a minoria. Porém com serenidade não podemos ser indiferentes a situação atual de violência, corrupção, imoralidade, praticadas por esta sociedade que tem como exemplos maiores, os responsáveis pelos nossos destinos.

Pacifistas foram Jesus Cristo, Gandhi, Chico Xavier, Francisco de Assis, Einstein, Gorbatchev, John Lennon, Chico Mendes, Martin Luther King, Dalai Lama, Sai Baba, Desmond Tutu, Nelson Mandela, Marechal Rondon, Abrahan Johannes Muste, Madre Teresa de Calcutá, Dom Helder Câmara e muitos outros que direcionaram suas vidas em favor da paz.

Eles disseram, na ordem dos nomes relacionados; Jesus: “A minha paz vos dou, não vô-la dou como a do mundo. Dou-vos a paz que o mundo não pode dar”, também anunciando; “Felizes ao pacíficos”, e “Felizes os de temperamento brando, porque herdarão a Terra”. Nos ensina que ser pacífico envolve mais do que estar tranquilo ou em paz. A pessoa pacífica toma iniciativa de ser amigável e promove ativamente a paz. Será que as palavras de Jesus são práticas de hoje em dia? Alguns acham que é preciso ser intimidador, agressivo e até violento para ter sucesso no mundo moderno. Será que é mais inteligente pagar na mesma moeda, agressão com agressão ou é prático ser pacífico?

 Gandhi: “O que precisamos matar no inimigo é o desejo de matar”. Chico Xavier: “A mente livre tem sede de paz”; Francisco de Assis: “Senhor! Fazei de mim instrumento de tua paz”; Einstein: “Guerra nunca mais!”; Gorbatchev: “A história quis que eu ajudasse o mundo a se livrar da ameaça nuclear”; John Lennon: “Então eu pergunto: Por que não dar uma chance para a paz?”; Chico Mendes: “Quero viver para salvar a Amazônia”; Martin Luther King: “Não se deve matar a sede de liberdade na taça do ódio”; Dalai Lama: “Sem paz de espírito é impossível haver paz no mundo”; Sai Baba: “As mãos que auxiliam fazendo paz são mais santas que os lábios que rezam”; Desmond Tutu: “É preciso liberdade para chegar à paz”; Nelson Mandela: “Sonho com o dia em que todos levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos”; Marechal Rondon: “Morrer se preciso for, matar nunca”; Abrahan Johannes Muste: “Não existe um caminho para a paz, a paz é o caminho”; Madre Teresa: “O importante não é a magnitude de nossas ações, mais sim a quantidade de amor que é colocada nelas”; Dom Helder Câmara: “Se você acredita na fecundidade da paz como meio de construir a justiça. Acredita, também, que a justiça é condição indispensável para a paz”.

Mohandas Karamchand Gandhi, nascido a 2 de outubro de 1869, há 147 anos, na cidade indiana de Porbandar. Homem que consagrou toda sua vida à independência da Índia, depois de passados tantos séculos sob os domínios muçulmano e inglês. Seus antepassados pertenciam à casta dos comerciantes. Herdou de sua mãe um sentimento de culto, afirmando certa vez: “Toda a pureza que vedes em mim, vem-me dela, não de meu pai”.  Ela, Putlibai, que de à luz a uma das figuras humanas mais excelsas de todos os tempos, e que, com sua obra educadora, lhe plasmou a alma, era analfabeta, como a grande maioria das mulheres indianas de sua geração. Possuía porém, aquela sabedoria que acumula quem sabe escutar, refletir e orar.

Gandhi sempre se dedicou a longas marchas, um hábito ao qual se manteve fiel. Escreveu que: “Foram as caminhadas que me deram os benefícios de uma constituição física bastante sólida. Casou-se cedo, com apenas 13 anos, com uma moça da mesma idade, amada com sinceridade total e exclusivamente, mais de 60 anos de vida matrimonial. Morreu com 78 anos. Seu último jejum pretendia contribuir para por fim ao derrame de sangue entre hindus, muçulmanos e demais grupos.

Na noite de 30 de janeiro de 1948, uma sexta feira, o Mahatma Gandhi, foi levado ao lugar de oração em Nova Délhi. Centenas de pessoas esperavam sua chegada, em silêncio. Enquanto ele avançava entre a multidão, um homem lhe saltou a frente de improviso e puxando de uma pistola com a velocidade de um raio, disparou duas vezes, seguindo-se um terceiro tiro. Gandhi caiu por terra e expirou invocando o nome de Deus. O assassino era Nathuram Vinayak Godse, que não aprovava a ação de Gandhi por ela favorecer a convivência e o entendimento entre muçulmanos e hindus.

Buscando pesquisa no livro “O pensamento vivo de Gandhi”, Edição Ilustrada, também transcrevo: “A personalidade de Gandhi é complexa e apaixonante. Era chamado pelo povo de Mahatma, que quer dizer “grande alma”. O nome ficou também após a morte e passou a ser universalmente usado. É o pai da Índia de hoje. Um dos líderes espirituais maiores e mais seguidos pela humanidade”.

“Gandhi compreendeu que o mundo contemporâneo caminha para o amor ou a destruição, confirmando a possibilidade de uma sociedade nova, condicionando sua vida à renovação interior do homem. Atuou nesse sentido com todo seu empenho, convencido de que um homem mesmo só, com o tempo, pode mudar o mundo”.

Concluo este artigo com Gandhi nos ensinando: “Paz é inteireza, e só Deus é inteiro. Paz é o absoluto, e só Deus é o absoluto. A paz é a reunião de todos os fragmentos em que está dividido o vosso pobre ser. E essa reunião só pode ser obtida mediante um mergulho no centro de vós mesmos. Buscai a paz. Despertai para a existência em vós de um centro de equilíbrio, em que tudo se unifica, se rearmoniza, se reconcilia”.

Barbosa Nunes, advogado, ex-radialista, membro da AGI, delegado de polícia aposentado, professor e maçom do Grande Oriente do Brasil - barbosanunes@terra.com.br