Intuição, o desafio do inconsciente.

A intuição é muito útil para nos orientar neste mundo mediano em que vivemos, situado entre o muito pequeno e o extremamente grande.

O conhecimento intuitivo é o momento subjetivo da mais imediata forma de atividade que o observador desenvolve na natureza e na sociedadee, com vistas à produção da sua existência. Nosso cérebro foi projetado para oferecer condições de interação no limite de nossas relações. A racionalidade, ao reduzir a realidade à objetividade, desconectou-nos da vivência integral. O mundo racional é apenas um dos lados da vida e a intuição, a ferramenta capaz de nos colocar em contato com os outros lados.

Albert Einstein nos fez perceber que existem fenômenos ocultos nas relações físicas, ainda não acessíveis ao conhecimento humano formal. 

No entanto, é o desconhecimento desta realidade subjacente que nos faz "imaginar" o desconhecido como possível, no entanto indemonstrável. Vale dizer que Einstein não aceitou a demonstração racional como algo intrínseco à ciência, mas acrescentou ao mundo objetivo a subjetividade da imaginação criativa, fruto intuitivo de seu modelo cósmico.

Essa foi a razão do seu sucesso como pensador. Mas é bom que se ressalve que os termos "subjetividade" e "imaginação criativa" não são sinônimos de "inexplicáveis".

O fenômino da intuição é compreendido de diferentes maneiras por diferentes pessoas. Para uns, ele é o discernimento rápido, a percepção clara e imediata. Para outros, é a capacidade de pressentir acontecimentos ou caminhos que levam a soluções difíceis. Mas onde e como se origina a intuição? Qual é o seu real significado?

Os ensinamentos escolares são, muitas vezes e em muitas matérias, extensos e áridos, tendo pouco a ver com a realidade. Desde cedo os estudantes têm as suas mentes empanturradas de teorias abstratas na maior parte das vezes criadas pelo cérebro humano. O ideal seria aprender observando o inter-relacionamento da natureza com suas florestas, rios, mares, montanhas, fauna e flora, com o homem em sua capacidade pessoal e social de transformação, preservando a alegria de viver em diversidade.

Os meios de comunicação também pressionam a mente com muitas informações elaboradas de uma forma que penetram em nosso íntimo negativamente. Os videogames e os videoclipes dão a sua contribuição no embrutecimento da sensibilidade infantil. Ou então, a própria vaidade leva o indivíduo a complicar as coisas para valorizá-las em vez de buscar a firmeza que há na simplificação. Assim, de geração em geração, tem-se perdido um pouco da utilidade da intuição. Ela é um caminho para o saber, igual a qualquer outra fonte de informação. 

Com a intuição educada será possível decidir mais rápido, com menos esforço e maior senso de realização.

* Homero Reis

Coach empresarial.

Publicado originalmente no Jornal "Diário Catarinense".