Johann Sebastian Bach, o compositor que cativou o mundo

Suas notas e compassos continuam soando como se o tempo não tivesse passado.

 

 

Há um compositor – mestre do contraponto – e músico alemão que fez nosso planeta soar de outra maneira: Johann Sebastian Bach. Nasceu no dia 21 de março de 1685 em Eisenach (Turíngia, região central da Alemanha), numa família que já se dedicava à música havia várias gerações.

 

Com apenas nove anos perdeu a mãe e, pouco depois, seu pai, Johann Ambrosius Bach, que era o trompetista da corte de Eisenach, voltou a se casar, mas morreu em seguida, em 1695. Sua madrasta pediu ao primogênito dos Bach, Johann Christoph, que se encarregasse dos dois irmãos mais novos, Johann Sebastian e Johann Jacob.

Bach continuou aprendendo música com Johann Christoph, que era o organista da localidade de Ohrdruf, mas também lhe interessavam outras disciplinas, como o latim e a teologia. Contam que foi capaz de transcrever às escondidas, sob a luz do luar, peças para cravo que eram muito famosas no seu tempo, de compositores como Pachelbel, Froberger e Kell. Seu irmão, ao descobrir isso, as destruiu. Mas a história não acaba aí, já que a segunda mulher de Johann Sebastian afirmava que sua cegueira (por catarata) foi consequência de dedicar tantas horas e em tão más condições à transcrição destas obras.

 

A situação econômica não era a mais adequada, de modo que Johann Sebastian e Johann Jacob ingressaram no Gimnasium de Ohrdruf, onde Bach concluiu seus primeiros estudos e onde eles recebiam um pequeno salário. Aos 15 anos se mudou para Lüneburg e ingressou no coro da Ritterakademie, com um salário melhor. Lá foi tutelado por um Kantor, que era Geor Böhm, mas as coisas não saíram muito bem, porque sua voz mudou e ele precisou encontrar outra maneira de ganhar a vida. Deslocou-se para Hamburgo e se tornou músico acompanhante e professor de violino. Lá estudou com Adam Reincken, um organista muito conhecido, que também lhe permitiu entrar em contato com os compositores franceses. Pode-se dizer que data desta época a sua primeira Cantata.

 

Mais tarde, começou a trabalhar no coro da igreja de São Miguel e foi violinista na corte do príncipe de Weimar. Posteriormente, prosseguiu sua formação com Dietrich Buxtehude, organista e compositor de quem ficou muito amigo.

 

 

Johann Sebastian Bach se casou duas vezes. Com a primeira mulher, Maria Barbara Bach, teve sete filhos, e ambos foram viver em Mulhose, onde ele tinha trabalho como organista na Igreja de São Brás. Este momento foi crucial, porque então Bach começou a compor e a interpretar. Seu segundo casamento foi com Anna Madalena Wilken, com quem teve 13 filhos, alguns deles grandes compositores – embora não tanto como seu pai.

 

A obra de Bach foi variada e fecunda, uma carreira em que destacam os Concertos do Brandemburgo, a Paixão Segundo São Mateus, a Tocata e Fuga em Ré Menor e as Cantatas Sacras 80, 140 e 147, entre muitas outras.

Foi um grande compositor, mas também um grande intérprete do cravo, do teclado e do órgão. Faleceu em 28 de julho de 1750, aos 65 anos, na cidade de Leipzig. Na biblioteca dessa localidade alemã se encontram relatos do modesto funeral do compositor na escola da Igreja de São Tomás, em 30 de julho, dois dias depois de sua morte.

 

 

Partiu de forma singela, sem fazer barulho, apesar ter conseguido que suas notas e compassos chegassem a todos os cantos do mundo. Um gênio completo, que não foi considerado como tal na sua época. Hoje, Bach é reconhecido não só como compositor, mas também como uma pessoa capaz de chegar a todos.

 

Alberto López

Fonte: https://brasil.elpais.com/brasil/