Julgar omitir-se ou agir? Minha decisão para 2018...

Ultimamente, tenho pensado bastante sobre os julgamentos que fazemos ao longo de nossas vidas, seja no ambiente de trabalho, entre familiares, em situações com pessoas desconhecidas e em relação ao governo e nossos governantes. Por mais que muitos se defendam e afirmem que não julgam ninguém – e fazem isso temendo serem julgados – eu preciso te contar que, sim, todos nós julgamos algo ou alguém a todo instante.

 

Isso acontece porque ao nos depararmos com parâmetros e referências do outro, inevitavelmente, comparamos com nossas próprias referências, com aquilo que temos de conceito, a partir da nossa vivência e da nossa realidade. Isso acontece de forma automática, sem que tenhamos poder de decisão sobre isso. 

 

No entanto, há um ponto importante desse processo em que temos total domínio e poder de decisão: o que vamos fazer com esse julgamento.

 

Podemos considerar a prática de outro errada e, portanto, não a usar em nossa vida. Aliás, é esse ponto específico que eu gostaria de falar com você, caro leitor, no meu último texto do ano nesse nosso espaço de troca. A verdade, é que quero encerrar 2017 deixando essa reflexão para todos, inclusive eu mesma.

 

A todo instante esbravejamos julgamentos relacionados ao governo, aos políticos e suas práticas. Vociferamos contra a corrupção, mas o que fazemos com tudo isso de fato? Será que olhamos para as nossas próprias corrupções diárias, como furar uma fila, estacionar na vaga destinada a idosos ou deficientes (sem ocuparmos alguma destas condições), aquele ponto não pago do canal de assinatura, os produtos trazidos na bagagem da viagem que não foram declarados na alfândega, entre tantos outros “pequenos delitos”. Você já olhou para si, ao fazer alguma destas coisas, e julgou-se corrupto? Pois é. Como podemos cobrar do outro aquilo que não fazemos?

 

E quero ir além nessa reflexão e, portanto, pergunto: você lembra para quem votou nas últimas eleições? Alguma vez fiscalizou e cobrou o político que você ajudou a eleger? Sim, porque aquela pessoa está ali pelo meu, pelo seu, pelo nosso voto e é nosso dever fiscalizar e cobrar suas ações. A questão é que não fazemos isso. Preferimos dizer que “política não se discute”. E nessa onda de não falar de política, de não nos interessarmos pelo assunto, não fazemos nada de efetivo, mas continuamos a julgar.

 

Eu, por exemplo, encerro 2017 com uma decisão muito importante: estarei mais envolvida com as questões políticas. Quero aprender mais, quero entender melhor como tudo funciona, vou pesquisar mais sobre os políticos e, assim, ajudar a melhorar o quadro político do Brasil com o meu voto, porque não podemos esquecer que 2018 será um ano de eleições. Decidi que quero sair do lugar do julgamento e sentar na cadeira da ação.

 

Essa é a minha decisão para 2018. Qual será a sua?

 

Desejo a todos um final de ano muito feliz e que 2018 seja um ano de muito sucesso para nós. Até breve!

 

Sofia Esteves

Presidente do conselho no Grupo Cia de Talentos

 

Fonte: Linkendin.