Liberdade? Bons Costumes?

Livres e de bons costumes é a senha que dá ingresso às indicações maçônicas para o ingresso na ordem.

De bons costumes, vá lá, é um requisito fundamental para a convivência de qualquer indivíduo no ambiente social onde,  habitualmente, esses bons costumes são exercitados cotidianamente, onde os maus costumes são rechaçados e espontaneamente não aceitos pela maioria dos que se mostram acostumados à convivência racional.

Não teria cabimento uma seleção de maus acostumados fazerem parte de qualquer instituição dita séria. Exceção claramente identificada no mundo político que, infelizmente, infesta nossa Nação e a transforma no caos de maus costumes que vigora acima das nossas leis e costumes. A inversão de valores de concretiza de tal forma que nos deixa em dúvidas se estamos no caminho certo ao trilharmos os meios éticos e morais estabelecidos na formação daqueles que tiveram bons exemplos herdados de seus pais.

 

Mas não vamos trilhar caminhos onde não percebemos terem saídas e enveredar para um plano de melhor visualização de um horizonte que nos coloque nos trilhos da certeza de um solo firme em direção aos nossos objetivos de alcançarmos o que poucos usufruem ao almejar o melhor no sentido da convivência entre iguais nos costumes.

Liberdade! Liberdade plena! Ela existe mesmo? Ou é uma sensação falsa de quem está preso a algo que o impeça de fazer o que quer e o que lhe dá na cabeça?

A Maçonaria adotou o dogma da liberdade para não admitir escravos como iniciados na Ordem. Na época em que ela começou com os seus primeiros passos rumo a uma instituição fechada de semelhantes em habilidades afins nas construções dos templos do passado. Artífices que se reuniam para trocar experiências e aprender com os mais experientes as novas técnicas que lhes facilitassem o aprimoramento das suas habilidades, proporcionando-lhes ascensão no corporativismo reinante na época. Escravos não possuíam essa liberdade de se auto aprimorar, já que faziam o que seus amos determinavam sem a possibilidade de usar suas aptidões. Presos aos grilhões dos costumes que não eram considerados maus para a época, onde a escravidão era o procedimento normal da utilização de mão de obra barata e que sustentava as classes mais abastadas.

 

Assim nasceu a Maçonaria operativa que excluía os não iniciados nas artes e ofícios por força dos bons costumes (daquela época) em contraste com os bons costumes implantados com a aparente libertação dos escravizados. Mas se as leis e costumes mudaram os conceitos de liberdade, criaram novas formas de escravidão. Uma vez liberto, o homem passou a depender do seu trabalho para sobreviver e as coisas se agravaram ao longo do tempo onde nos dias atuais se tornou mais escravo do que no passado. Basta analisarmos o cotidiano de um trabalhador moderno qualquer diante das exigências que a tecnologia e o tempo escasso lhes proporcionam.

No plano físico é o que vemos. Liberdade de quê? Somos realmente livres? O relógio não conta? Os compromissos, a rotina diária, a repetição diária do nefasto ir, fazer e vir enfadonho de todos os dias, é uma liberdade plena? Para a maioria é natural, acostumados que estão de um novo tipo de escravidão de que não tem consciência até o dia que começa a gozar de umas merecidas férias, mas sempre acompanhado dos compromissos assumidos mesmo no período de uma liberdade com dias marcados.

Bom. Posso garantir que o homem não é este ser que conhecemos. Aliás, garanto que o próprio homem não se conhece. Você sabe quem você é? Nunca se olhou no espelho e se fez essa pergunta: Quem, afinal, eu sou?

Tente em se reconhecer como um ser que não é apenas o que aparenta ser. Pense que, muito além do seu nascimento, você já teve muitas e muitas outras passagens em muitas épocas e locais diferentes que você até pode imaginar se se convencer de que a sua atual existência é um longo planejamento extraterrestre, ou seja, muito longe dos conceitos que admitimos como os daqui e agora. Para onde estou tentando te levar é para um mundo desconhecido pela maioria dos que vivem e cultuam uma única existência. Onde estou tentando te levar não existe matéria, tempo, tudo é energia cósmica. Neste lugar você é totalmente livre, pois faz parte do todo universal onde não existe o individualismo efêmero do eu material.

Imaginou isso? Tente elevar sua mente para um infinito, deixe de ser apenas o um por cento do que o teu cérebro te permite ser. Alcance os bilhões de galáxias com todos os corpos celestes que são quantitativamente inimagináveis por este um por cento do que a nossa capacidade mental física nos proporciona.

Sim. Somos livres... ...até o momento de nos enveloparmos em um corpo físico, onde nossas capacidades infinitas se moldam a uma prisão física que tolhem todos os nossos verdadeiros sentimentos e movimentos.

Quem, afinal somos nós?

Tenho a certeza de que lá no Infinito Oriente, seremos efetivamente:

Livres e de Bons e Verdadeiros Costumes.


* Ir... Marco Antônio Nunes – Florianópolis – SC.

M...M..da Loja “Fraternidade Catarinense” nº 9

Grande Oriente de Santa Catarina GOSC.

Contato: martoni.nunes@gmail.com.

Originalmente publicado no JB News Nº 1479