Liberdade

Liberdade Patrimônio da Humanidade inteira, que nenhum poder tem o direito de obscurecer ou de apagar, pois é a fonte de todos os sentimentos da honra e da dignidade.

Segundo o Dicionário Michaelis “LIBERDADE é o estado de pessoa livre e isenta de restrição externa ou coação física ou moral”.

LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE; trilogia que a Maçonaria adota como emancipadora e reguladora das classes sociais. São homens e mulheres livres e de bons costumes para conviver fraternalmente numa sociedade organizada. Pois numa sociedade antes de tudo fraternal, todos os seus membros são livres e iguais perante a lei.

O valor de um homem está naquilo que ele é, não naquilo que ele faz. A ideia principal do seu ser, ele herdou do Senhor; a inteligência, a liberdade, a vontade, a sensibilidade, a consciência.

“Na intimidade da consciência o homem descobre a lei. Ele não dá a si mesmo, mas a ela deve obedecer” (Gaidium).

Não há dúvida de que a liberdade é um dos belos dons que Deus concedeu a nós, seres humanos. Quando nos criou, Deus nos amou tanto que nos deixou livres para acolhê-lo ou recusá-lo.

A liberdade caminha de mãos dadas com a responsabilidade, e sem esta, o que era liberdade passa a ser escravidão.

O progresso na virtude, o conhecimento do bem e a prática das virtudes aumentam o domínio da vontade sobre seus atos. O exercício da liberdade não implica o direito de dizer e fazer tudo. É falso dizer que o homem, sujeito da liberdade, pense só em si mesmo, procurando a satisfação de seu próprio interesse no gozo dos bens terrenos.

A Liberdade não é uma coisa que é dada, é uma árdua tarefa, cujos desafios nem sempre são suportados pelo homem, daí resultando os riscos de perda de liberdade pelo homem que se acomoda não lutando para obtê-la.

A nossa liberdade atual esta naturalmente condicionada pelo uso que fazemos da nossa liberdade passada, que por sua vez limita a liberdade futura. Um ato de liberdade presente é um compromisso com o futuro. A liberdade não é uma abstração, é uma prática. É uma prática que se reflete em toda nossa vida. Desta feita, comprometido pelas suas ações passadas, pelas suas paixões e orientações de vida, pela sua educação e cultura, pelo modo como vê a vida, mas também pela sua constituição física e psicológica, o homem está cada vez mais limitado na sua ação. E mais limitado será aquele que se julga além dos outros, porque não compreendeu nada do outro nem da vida.

“O homem está condenado a ser livre”, diz Sartre.  De fato, o homem é livre no seu querer e atuar, mas não é absolutamente livre sem limites nem restrições. Cada um vive uma situação única e concreta de sua existência, traz consigo como herança determinadas aptidões espirituais e corporais.

 Desde a infância esta marcado pelo meio que o rodeia, pelas influências da educação, pelo ambiente espiritual, ético, religioso e ideológico em que cresce e se desenvolve; vive em determinadas circunstâncias nacionais, sociais, políticas e culturais que o marcam. Em todos estes casos está restringida a nossa liberdade, com a limitação da nossa existência finita e singular, do nosso conhecimento finito e sempre incompleto e da nossa vontade finita e reduzida a um campo de ação. Tudo isso pode-se afirmar que a liberdade do homem só possa ser uma liberdade condicionada e limitada.

A autêntica liberdade, aquela que cada um vive, começa no momento em que somos capazes de entender que a minha liberdade pode e deve coexistir com a liberdade do outro. Convém não esquecer que nós só somos porque existe o outro, os outros. Sem o “outro” o “eu” não existe, é um fantasma navegante.

A liberdade absoluta, do quero, posso e mando, só existe em espíritos ignorantes, mente daqueles que se julgam seres superiores, cujo destino lhes será traçado por um Deus maior.

“A liberdade não é um objeto que podemos nos apropriar para sempre. A liberdade humana não é de forma alguma, uma vontade eterna, nem uma posse intemporal, é pelo contrário uma verdade temporal, uma conquista sempre nova, que cada homem persegue sem nunca ter a certeza de ter atingido a sua plenitude; isto quer dizer, que os atos dos homens de boa fé estão sempre a procura da liberdade real. E ao querermos a liberdade, descobrimos que ela depende inteiramente da liberdade dos outros e a liberdade dos outros depende da nossa”. (Antonio Pinela, Reflexões, Abril de 2002)

São Três os aspectos onde se desfruta a mais ampla Liberdade: Consciência, Espiritualidade e Pensamento.

Ser capaz de pensar por si é o maior estágio de liberdade alcançável de forma consciente, porque a liberdade é o direito de transformar-se e trabalhar para o bem comum na busca constante da verdade. A capacidade de criar ideias novas, libertadoras, é desenvolvida em diálogos, debates e meditação. É no pensamento que se materializa a liberdade absoluta, local que nenhum déspota jamais foi dado saber o que o outro pensa. Liberdade começa no pensamento, o resto é mera consequência.  Ninguém escraviza quem se tornou livre pensador, pois é pela iluminação que ele se conscientiza que sem liberdade deixam de existir Fraternidade, Igualdade e Liberdade é o resultado da convivência fraterna de pessoas na busca da sua Liberdade individual.

A liberdade para a Maçonaria é um ato puramente interior, em que o Maçom trabalha para alcançar a verdade para daí sentir-se livre para praticar o bem na construção da humanidade.

Autor:

Nilton Ronchi