Libertas Quae Sera Tamem

Estamos no meio de uma guerra, uma guerra por poder. Uma guerra que travamos a milhões de anos. Uma guerra entre escravos. Há escravos dos dois lados, e todos satisfeitos por serem escravos, com seus ganhos, com suas pequenas posses, com seus direitos, com suas crenças e com seus senhores.

Os senhores de um lado odeiam os senhores do outro lado, porque ambos estão em lados diferentes. Ambos incitam seus escravos a lutarem por eles, e os escravos obedecem, famintos por vitória, pela recompensa.

Há ego, ódio, tristeza, violência, sangue, sujeira, acusação, medo, escassez e mais escravidão.

Não haveria nada disso se não fosse uma guerra? Um mundo em paz é melhor que um mundo em guerra? Ser escravo em tempos de paz é melhor que ser escravo em tempos de guerra? É melhor viver como escravo que morrer como escravo? Ser um escravo pacífico é melhor que ser um escravo agressivo?

Ser ou não ser?

Os escravos de ambos os lados querem ser livres, mas não param de lutar pelos seus senhores. Preferem aceitar os seus trabalhos forçados e as suas realidades limitadas como estão, quando poderiam cortar as suas próprias correntes com a mesma arma que usam pra atacarem outros escravos, e criarem as suas próprias realidades sem escravidão.
Mas não fazem.

Não fazem porque nasceram nas prisões, foram alimentados, doutrinados, educados, adestrados e domesticados para amarem e lutarem pelos seus senhores e a odiarem a tudo o que se opõe à sua escravidão, ao seu amor, à sua paz. Como os cães que pulam nos portões das casas dos seus senhores com os dentes de fora cada vez que alguém passa. Nasceram assim e vão morrer assim, lutando entre si pela sua paz, pela sua guerra, pelo direito de continuarem escravos.
Ambos querem libertar o mundo uns dos outros, porque o mal são os outros. Os escravos de um lado são uma ameaça à escravidão pacífica do outro lado.
Por isso preferem a guerra.

Mas não querem libertar a si mesmos e aos escravos do outro lado, porque manter os outros sendo escravos, seja de outro senhor ou engordando as fazendas do seu próprio senhor, é o pior castigo que podem infligir aos seus inimigos.
E isso fazem com festa, filme e torcida.

Entre os escravos de ambos os lados há um ponto em que ambos combinam e concordam com unanimidade: não pode haver quem não seja escravo, mesmo que se tenha que lutar contra ele e torná-lo o seu escravo. Mesmo que se tenha que destruí-lo.

Mas há os que estão se libertando, se negando a ser um desses senhores e escravos. Há quem decidiu não brincar mais desse jogo.

Por isso, meu amigo, a você que descobriu que você é o criador da sua própria realidade, que abriu mão das correntes e está se esforçando para ajudar aos outros, fica uma informação:

Deixe que o Universo resolva todas as coisas, como Ele sabe fazer, segundo as Suas Leis. Cada um dá o que tem e só recebe aquilo que dá. Não torne as coisas piores, porque elas serão piores para você. Se esforce por melhorar-se, ajudando como pode.

Ninguém pode obrigar o outro a ser livre.

Julio Licks

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