Maçonaria, uma escola de vida!

 

A Maçonaria é uma escola de vida que incentiva a pesquisa da verdade, o exercício do amor e da tolerância. Que recomenda o respeito às leis, aos costumes, às autoridades e, sobretudo, à opção religiosa de cada um. Que incentiva seus adeptos a serem docemente fieis ao que nos ensinou o Divino Mestre Jesus: “Perdoai vossos inimigos e bendizei aos que vos fazem mal”. Por isso mesmo, a Maçonaria não se preocupa em retribuir as ofensas injustas recebidas pelos que não a conhecem. Aliás, nossa Sublime Ordem é a única organização que transforma em irmãos pessoas de crenças religiosas diferentes, pois nela convivem harmoniosamente católicos, espíritas, protestantes, budistas, maometanos, judeus, etc.

 

Alguns apressados poderiam pensar que isso significa que os maçons sejam transformados em seres absolutamente passivos, sem o menor interesse pelo que se passa na sociedade, em nosso país e no mundo. Se os maçons têm como compromisso maior a busca incessante da verdade, é claro que precisam exercitar continuadamente o direito de pensar em soluções que possam eliminar o mal, sem destruir o homem. Ela tem seus métodos próprios de ação, conhecidos pelos verdadeiros maçons, os quais são agentes da paz e chamam os conflitos armados de a estupidez da guerra.

 

A Maçonaria sempre se colocou a favor da liberdade, contrária a qualquer tipo de opressão que sonegue ao ser humano o direito de pensar Mas, como exige de seus adeptos uma vida íntegra, ela sabe que o melhor ensinamento que os maçons podem oferecer reside no exemplo oferecido por cada pedreiro livre. É aí que valorizamos o entendimento de Cícero: “Sou livre porque sou escravo da lei!”.

 

O maçom sabe que uma vida digna equivale a um templo erguido à virtude e que somente terá vencido sus paixões quando houver aprendido a respeitar e amar cada ser humano, mas nunca se acovardando quando tiver que exigir de qualquer um o cumprimento da lei. Principalmente diante da covardia de maiorias que procuram esmagar impiedosamente as minorias.

 

A Maçonaria combate a hipocrisia, o fanatismo, a intolerância. E combate esses males procurando conduzir os homens ao entendimento, única forma de se conseguir a paz permanente, preparando a misericórdia para com os vencidos. Para nossa Ordem, o vencedor deve ser sempre a humanidade. Portanto, todos os maçons são concitados a uma conduta de vida capaz de levar consolo a quem sofre; comida a quem tem fone; agasalho a quem tem frio; uma toalha macia para enxugar as lágrimas de nossos semelhantes; levar o conhecimento a quem deseja sair da escuridão. Sabe nossa instituição que quanto mais se propagar a luz, menor será o espaço ocupado pelas trevas. 

 

Com isso poderemos nos guiar mais seguramente na direção do Grande Arquiteto do Universo, luz irradiante que será o próprio caminho do amor, da fraternidade e da tolerância, per omnia secula seculorum!

Podemos concluir, sem medo de errar, que só a maldade e a desinformação são capazes de rotular a Maçonaria como contrária à fé religiosa. O comportamento digno que nossas Ordem impõe a seus membros honrará, certamente, a qualquer profissão de fé religiosa. Os rótulos nem sempre garantem o conteúdo. Por isso, nosso Templo Interior deve permanecer sempre limpo, livre da sujeira que as iniquidades provocam, iluminado pelo verdadeiro amor, sempre nos permitindo lembrar que o nosso conhecimento é apenas uma gota de um oceano de coisas que ignoramos.

 

Ensina-nos a Maçonaria que o Grande Arquiteto do Universo é uma fonte perene de amor, sempre pronto a permitir o soerguimento de qualquer um que queira se levantar. Como Ele saberá, a qualquer tempo, separar o joio do trigo, nós, os maçons, somos sempre recomendados a produzir mais trigo.

 

Pedro Campos de Miranda

 

Originalmente publicado no Blog “O Ponto Dentro do Círculo”.