MAÇONS COM ESPADAS DE ESPUMA

 
Nossos labores se assentam sob a égide de duas espadas. Uma de aço e a outra de fogo. Suas constituições nos indicam dois planos de atuação: o material e o espiritual.

A espada, cuja ponta é de aço, nos imprime no peito o estado de alerta. As batidas repercutem e asseguram o fechamento de portas materiais.

No outro plano, o fogo é também poderoso instrumento de defesa. Ao mesmo tempo, ele queima e produz luz. Suas batidas repercutem na abertura de portas imateriais.

No REAA adotamos o costume de apenas dois Irmãos serem providos de espadas: No Oriente, o Venerável Mestre; e, no Ocidente, o Guarda do Templo.

Até então, nada de anormal. Sic transit gloria mundi. O conflito se inicia quando surgem as “espadas de espuma” no espaço entre eles e ao redor deles.

Semana passada, fui impactado pela expressão “espada de espuma”, ouvida do Irmão Valério de Oliveira Ramos, Obreiro da ARLS Unificada e Plena 245, Oriente de Lagoa Santa MG. Ele usou esta locução ao propugnar que “a sociedade precisa, mais do que nunca, de pessoas corajosas e atuantes

E não é que, na realidade, as “espadas de espuma” existem?

De material volátil, se comportam de forma inconstante e agitada, frequentemente acompanhadas por irritados brados de descontentamentos, que nada constroem. Elas podem estar contra ou a favor de quem tende para o leste ou para o oeste, desde que o interlocutor siga apenas o caminho por elas indicado, às vezes, fanática e presunçosamente exigido.

A alegoria da espada de espuma, composta por material flexível, maleável, que não suporta pressões, correlaciona suas características físicas aos desvios que ocorrem em nossos propósitos.

Vivemos uma realidade complexa. Um momento em que a verborreia sobre temas plantados pelas redes sociais não com o intuito de somar, mas para dividir, não traz solução nenhuma.

Precisamos de Maçons com espirito e mãos armados pela união das duas espadas em seus respectivos planos material e espiritual. Nossos inimigos reais são a pobreza, a fome, o desamparo, os medos e angústias quanto ao futuro e a morte.

Diversamente da espuma, o fogo e o aço são elementos que nos fortalecem, “A sociedade precisa, mais do que nunca, de pessoas corajosas e atuantes” (V.O.R).

Um dos significados maçônicos primordiais da espada é o prolongamento da extensão do braço do Maçom e de suas ações. Conduzida pela mão esquerda, reflete a grandeza dos influxos emanados pelo coração, os direciona e os potencializa.

Nossas espadas não são armas de ataque; e sim, poderosos elementos simbólicos, propositores da nobreza de caráter e da fidalguia.

OS PROPÓSITOS MAÇÔNICOS DEVEM ILUMINAR E AQUECER COMO O FOGO E SEREM FIRMES, COMPACTOS E UNIDOS COMO O AÇO.

PRUDENTE SERIA RETORNARMOS AO TEMPO EM QUE O MAÇOM PORTAVA A TROLHA NA MÃO DIREITA E A ESPADA NA MÃO ESQUERDA.

 
Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente
* Sérgio Quirino
Candidato a Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024