Momento de Reconectar

Em pleno século XXI nos deparamos com um inimigo de difícil combate a COVID-19! A  sua chegada mostra que somos iguais, sem distinção social, racial ou financeira e que não temos diferenças quando confrontados com o caos. A vida acaba para qualquer pessoa num piscar de olhos.

Nos foi imposto viver um momento caótico e trágico, naquele que é incontrolável em suas inesperadas nuances: o tempo. A pandemia do novo coronavírus reforça o que já vinha sendo fomentado em diversas discussões pelas mais variadas áreas do conhecimento, o quão é ilusório acharmos ter a posse de tudo, sobretudo, do futuro.

Um vírus que chegou sem avisar, não mandou recado e escolheu seus inquilinos por tempo determinado, levando assim tristeza, perda, solidão, ausência, dor, lamento e sofrimento para toda população.

Mediante toda essa situação, nos colocamos a pensar: qual será o próximo passo? O que podemos fazer? Como vamos agir? Como cuidar de quem amamos? Até quando ficaremos sem resposta? Quando tudo isso vai acabar? E para nenhuma dessas perguntas existe uma resposta coerente, científica e exata. Tentamos todos nos encontrar no meio de uma multidão que está impossibilitada de passar o seu apoio, de um para o outro, em forma de contato físico.

O período de isolamento social propiciou uma série de novos encontros com ferramentas que, muitas vezes passavam despercebidas por nós. Um exemplo disso seriam as videochamadas que começaram dominar o dialeto popular. Um mecanismo essencial para a manutenção do trabalho em diversos segmentos e da mesma maneira, esse mesmo equipamento pode promover confraternizações entre amigos e familiares que não conseguem mais se encontrar, devido à situação que a pandemia ocasionou.

Durante esta quarentena, começamos a pensar em maneiras de escapar da grande sensação de impotência, que inúmeras vezes permeia esse isolamento. E a cada dia que passa, encontramos novas regras para a segurança de todos, com a exclusão de pequenos gestos, afetos e detalhes pessoais, de uma forma tão rápida. Para alguns, os “nervos estão à flor da pele”, pela falta de entendimento de toda essa inusitada situação.

Mesmo assim, embora o número de casos seja baixo no momento não podemos baixar a guarda. Para todos da nossa Jurisdição, que veem a transmissão do coronavírus diminuir, precisamos dizer que isso só é possível porque medidas foram tomadas. Não é hora de relaxar, mas de seguir e fazer cumprir o nosso Protocolo de Retorno aos Trabalhos Presenciais, na enorme esperança por melhores dias “normais”, e para que tenhamos nossos encontros presenciais, de aprendizado ou festivo, dentro dos ditames da Ordem e principalmente, na expectativa de nossos corações.

O pior que poderia nos acontecer agora, que estamos com menor incidência de casos, seria aliviar as medidas sanitárias. Isso aumentaria a oportunidade para que o vírus e suas variantes, fossem transmitidos de pessoa a pessoa. Repensar nossas atitudes, reinventar, “passar a limpo”, analisar, buscar ajuda, acolher e ser acolhido é o melhor a ser feito neste momento.

A partir desse lento processo de retorno aos encontros familiares, profissionais ou maçônicos, nos colocamos em decidir se iremos combater na linha de frente ou lutar de alguma outra forma, sem tanta exposição. Certo será finalizar nossa escolha com a opção de exercer nossa função social com amor, ética e humanidade.

Paulo Augusto Meira de Albuquerque
Deputado do Grão Mestre
Fonte: “Chama” - Órgão de Divulgação da GLSC - Ano XIII - Nº 51 - Nov/21