Natal, novo ano e dias futuros sob a ótica de grandes nomes

Nós que aprendemos, meditamos e relemos. No solstício de inverno, a Terra está mais perto do Sol. Os raios espirituais caem em ângulos retos na superfície da Terra no Hemisfério Norte, estimulando a espiritualidade, enquanto as atividades físicas diminuem em razão do ângulo oblíquo em que o raio solar atinge a superfície de nosso planeta.

Assim, na noite entre 24 e 25 de dezembro, as atividades físicas estão no seu mais baixo nível e as forças espirituais no seu mais elevado fluxo, por isso, ela é chamada a "noite mais santa do ano". Por sua vez, o pleno verão é a época de divertimento entidades interessadas no desenvolvimento material, conforme demonstrado por Shakespeare no seu "Sonho de Uma Noite de Verão".

Esta escrito: «No firmamento brilhou uma estrela maior do que todas as outras! A sua luz era indescritível. A sua novidade causou estranheza. Mas todos os demais astros, incluindo o Sol e a Lua, fizeram coro à Estrela. Esta, porém, ia arremessando a sua luz por sobre todos os demais. Desde então, desfez-se toda a magia; suprimiram-se todas as algemas do mal. Dissipou-se toda a ignorância; o primitivo reino corrompeu-se, quando Deus se manifestou humanamente para a novidade de uma vida eterna». [do Livro da sabedoria. ]

Lendo-se S. Inácio, ensina que o  «menino que se encontra na manjedoura … aquele que rompeu o jugo que a todos oprimia». Indaga-se, como operou tal libertação? «fazendo-se Ele mesmo  servo para nos chamar à liberdade». Nos ensinamentos complementares de S. Efrém.

Meditando as palavras de Santo Agostinho, refere-se ele frequentemente ao silêncio eloquente do bebê de Belém, patente na voz das criaturas que exteriorizam a alegria da sua libertação. Belém é, pois, para nós, uma lição eloquente. Com o seu nascimento na silente noite de Belém, o Menino divino, diz S. Agostinho, «mesmo sem dizer nada, deu-nos uma lição, como se irrompesse num forte grito: que aprendamos a tornar-nos ricos nele que se fez pobre por nós; que busquemos nele a liberdade, tendo Ele mesmo assumido por nós a condição de servo; que entremos na posse do céu, tendo Ele por nós surgido da terra».

Fala ele também do sol da justiça e da equidade, o mesmo sol que ilumina a humanidade, desde os primórdios da criação. Pensar neste sol, que está simbolizado, no planeta sol, mas que é muito mais, pois é o calor que perscruta os corações.

São Máximo Turinense leciona: “adornemo-nos com vestes puras e elegantes! Falo, claro está, das vestes da alma, não do corpo… Adornemo-nos não com seda, mas com obras boas! Pois as vestes elegantes ornam o corpo, mas não podem adornar a consciência; pois seria muito vergonhoso trazer sob elegantes vestes elegantes, uma consciência contaminada”.

Acima de tudo embelezar os nossos afetos íntimos, e poderemos então vestir belas roupas; lavemos as manchas da alma para usarmos dignamente roupas elegantes! Não adianta dar nas vistas pelas vestes se estamos sujos em pecados, porque quanto a consciência está escura, todo o corpo fica nas trevas.

Bom Natal, com todas as reflexões! “Que Deus nos ajude durante o próximo ano a alcançar maior semelhança com Cristo do que jamais conseguimos antes”(Heindel).

___  Adaptação de textos: Ir .•. Ivair Ximenes.