O alfabeto maçônico: mensagem codificada, o legado do quadrado mágico do mundo antigo

 

A adoção do alfabeto maçônico parece ser uma inovação francesa que apareceu pouco depois da introdução da maçonaria na França. Ele rapidamente se tornou muito popular e foi publicado em muitas divulgações.

 

O princípio do alfabeto maçônico aparece por volta dos anos 1745 com as primeiras divulgações do catecismo francês dos maçons por Louis Travenol, vulgo Gabanon em 1744 no Sceau Rompu em 1745 e no Anti-Maçons em 1748. Depois de 1744, o alfabeto maçônico foi reproduzido nas divulgações e também é encontrado nos principais manuais do século XIX.

 

Desde a sua introdução, o alfabeto maçônico evoluiu, e é por isso que existem muitas variações. A codificação de uma carta torna difícil sua leitura, se você não tem a chave do código.

 

A Estrutura

 

 

O alfabeto é inscrito em um quadrado formado por duas linhas paralelas verticais, cortadas por duas linhas horizontais igualmente paralelas. Este quadrado produz nove caixas, tanto abertas quanto fechadas. Elas contêm o alfabeto comum. Muitas letras são diferenciadas por um ou dois pontos. Para tirar dessa figura o alfabeto maçônico, basta remover essas letras e representar em seu lugar as caixas onde elas estão, seja sem ponto, ou com um ou dois pontos. Estas nove caixas assim divididas formam, com a ajuda de pontuação, que as distingue no seu uso duplo e triplo, os caracteres da escrita maçônica. Estas foram rapidamente suplantadas por alfabetos, onde a dupla pontuação foi abandonada em favor da cruz de St. Andrew, onde as letras são dispostas nas caixas segundo uma regra regular simples.

 

 

Um empréstimo aos Tempos Antigos

 

Mais uma vez a Maçonaria fez um empréstimo de algo que existia anteriormente. Na verdade, o alfabeto maçônico é herdado dos quadrados mágicos que foram usados desde tempos antigos. 

 

Porfírio fez uma referência nos registros criptografados e Honorius de Tebas deu seu nome a um destes alfabetos. Eles foram encontrados pelos esoteristas árabes do final do século oitavo, desenvolvidos e organizado pelo cabalistas judeus, e adaptados por ocultistas e hermetistas cristãos ao longo da Idade Média e do Renascimento. Esse alfabeto é baseado em uma grade de criptografia diretamente inspirada no quadrado de 3. Ele contém a chave geométrica que permite encontrar facilmente a todas as formas elementares do triângulo, assim como a linha reta, os esquadros com o ponto no centro da estrutura.

 

Esse uso também é encontrado no livro A Filosofia Oculta ou a Magia de Henri Corneille Agrippa. Este estudo mostra a prática dos cabalistas judeus que costumavam codificar a língua hebraica. Eles dividiam os vinte e sete caracteres do alfabeto hebraico (22 + 5, contando as formas finais das letras) pelos nove caixas em um quadrado, com três letras por caixa e usando uma dupla pontuação.

 

Hoje, o alfabeto maçônico tornou-se um elemento que parece um pouco folclórico para nossos contemporâneos e que a maioria das pessoas ignora. No século XVIII, esta prática correspondia a uma cultura que cultivava o gosto pelo oculto e o secreto. Ele já não reflete a mentalidade atual.

 

Irene Mainguy

 

Tradução José Filardo

Fonte: https://bibliot3ca.com/