O CAMINHO É FORTALECER A REPÚBLICA

Em si, a palavra “república” traduz o trabalho maçônico que devemos desempenhar. Sua origem latina é “coisa pública”, nomeando uma estrutura política ou uma forma de governo, cujas três condições fundamentais são: uma população que se reconheça pelos propósitos (multitude), uma comunidade engajada em conquistar seus propósitos (communio) e que em todos reine o consenso de direitos (consensus iuris), logicamente atrelado aos deveres.

Na multitude nascem aqueles que executarão os trabalhos em nome da maioria. Para uma organização que leve à communio, surgem os legisladores. Por fim, para a garantia dos direitos, há no consensus iuris a figura dos juízes.

De acordo com a Constituição da REPÚBLICA Federativa do Brasil, as funções do Estado são exercidas por três poderes distintos e independentes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Eles devem funcionar em harmonia, de maneira a se complementarem e se limitarem em suas ações.

O conceito de república não é isento de ambiguidades, confundindo-se ora com democracia, ora com liberalismo. São tantas que acreditamos que seja o oposto de monarquia. Entretanto há um documento de Dom João II, rei de Portugal, em que ele exorta: “obrigação é do bom Príncipe e prudente, não somente galardoar seus vassalos com honras, cargos e dignidades merecidas, mas castigar com rigor, severidade e justiça aos que são prejudiciais em sua república para que os bons, com o exemplo do prémio, sejam melhores, e os maus ou com castigo se emendem, ou com as maldades pereçam”. Como vimos, uma conduta monárquica, antidemocrática, em defesa da república.

É a isso que devemos estar atentos. Estamos nos concentrando nos extremos, na polarização, sem nos darmos conta do desequilíbrio de forças entre os poderes constituídos que nos governam.

O alerta vale para os “Irmãos da situação” e os “Irmãos da oposição”. Para todos nós, a quebra dos limites é perigosa. Os ventos do poder são traiçoeiros, mudam de direção conforme a vontade dos deuses. Hoje, Éolo, deus do vento, tem soprado para oeste, mas...

AS REVOLUÇÕES ACONTECEM PELA GUERRA OU PELA POLÍTICA.
E NÃO TEREMOS CONFLITOS ARMADOS NO BRASIL.
E por que não?

Vocês viram ou ouviram alguma entidade classista arregimentar seus associados para esse fim? Há alguma entidade religiosa que proclama em suas homilias a luta armada? Clubes de serviço, associações filantrópicas ou mesmo clubes recreativos ergueram bandeiras de guerra?

As instituições de ensino ou culturais estão desenvolvendo abordagens sobre esse tema? As academias e os ginásios esportivos estão preparando seus membros para campanas? Vamos ter torcidas organizadas para guerrilhas urbanas?

De onde tiramos a ideia de Maçons atirando esquadros e compassos? Onde, em nossos feitos históricos, as Instituições Maçônicas incentivaram o uso das armas? Na Abolição da Escravatura? Na carta de José Bonifácio havia o apoio bélico maçônico a Dom Pedro I para o grito da Independência? Até na Proclamação da República, em que militares Maçons estiveram à frente, não houve a participação das Lojas.

NOSSOS FEITOS HISTÓRICOS SE DERAM PELA AÇÃO POLÍTICA DOS MAÇONS.
E É NESSA AÇÃO QUE TODOS NÓS DEVEMOS NOS CONCENTRAR.

Estamos como Maçons e cidadãos trabalhando nesta frente, conscientizando nosso povo a eleger, de forma consciente, seus representantes políticos, acompanhar seus trabalhos representativos e manifestar, de modo constante, nossa aspiração de uma sociedade mais justa e perfeita.

A regra serve para os que estão satisfeitos com o governo, assim como para os que estão insatisfeitos. Salvo melhor verificação, creio que serão 226 novos deputados federais e 22 novos senadores bem mais acessíveis ao clamor popular.

Os Maçons, as Lojas e as Potências devem se organizar ordeira e democraticamente, expondo suas inquietações, seus apoios e seus desagravos. Os Maçons devem se unir a outras instituições e outros grupamentos para cobrarem ações que visem ao equilíbrio dos poderes, até mesmo para sua própria sobrevivência e independência.

Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte em 1987–1988, deixou uma frase impactante: “A única coisa que mete medo em político é o povo na rua”.  

No século em que vivemos, a “rua” não é de asfalto ou de terra. A “rua” são os meios de comunicação. Temos muitas “ruas” e “avenidas”, e cada um de nós deve, como brasileiro, fazer chegar aos representantes nosso apoio ou nosso desagravo.

QUER UM PAÍS MELHOR?
COLABORE COM SUGESTÕES.
CRÍTICAS E MALEDICÊNCIAS NÃO SÃO BOAS ARGAMASSAS.


Neste ­17º ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
MI  33  MMM  KTP Shriner GM
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
Facebook: (exclusivamente assuntos maçônicos) Sergio Quirino Guimaraes Guimaraes
Os artigos publicados refletem a opinião do autor exclusivamente como um Irmão Maçom.
Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.