O cromossomo da felicidade

Quem não gostaria de poder conviver com alguém que te ama de verdade, que demonstre seu carinho com muitos beijos e abraços, sempre expressando seu amor de maneira transparente e sem reservas?

A ciência descobriu um cromossomo que permite que as pessoas sejam assim especiais. Infelizmente quem tem síndrome de Down possui esse cromossomo a mais.

A descoberta não é recente. Faz muito tempo que convivemos com especiais ao nosso redor. Porém, ainda existe muita falta de informação, o que às vezes se traduz em pena, medo ou preconceito. Como é fácil perceber, o preconceito geralmente está relacionado à falta de conhecimento.

Quando temos a oportunidade de ter contato com alguém especial, percebemos o grande efeito que provoca esse cromossomo extra. São pessoas essencialmente felizes, que não se deixam abater e jamais perdem sua capacidade de ver o lado bom da vida. Precisam de muito pouco para sorrir, pois encontram em coisas simples as mais complexas fontes de alegria.

Podem existir momentos que duvidamos da capacidade deles de realizarem muitas tarefas. Nada dá mais prazer a um especial do que romper as barreiras e os limites por vezes impostos a eles. Tudo que precisam é de uma oportunidade e um ambiente seguro para provarem sua capacidade, uma porta que toda sociedade precisa trabalhar para manter constantemente aberta.

Ano passado tive que me despedir do meu irmão André, que tinha esse cromossomo a mais. Às vezes os especiais nos deixam mais cedo. Ficou para sempre uma certeza: de que pude conviver com um mestre na arte de viver. Meu irmão me ensinou a ver o mundo de um modo diferente com a paciência que todo especial te, afinal eles sempre sabem que nós temos um cromossomo a menos.

Marcos Eduardo Maestri

Advogado

Madri, Espanha.

São pessoas essencialmente felizes, que não se deixam abater e jamais perdem sua capacidade de ver o lado bom da vida. Precisam de muito pouco para sorrir, pois encontram em coisas simples as mais complexas fontes de alegria.