O processo de purificação e o caminho à Luz

O ser humano é mais do que uma simples amálgama de células ordenadas do melhor ou pior modo para conformar órgãos, ossos, pele e todo um longo etc que, unido, forma o que a ciência denomina corpo humano. Esse corpo não é mais que uma garrafa, um recipiente para algo muito mais importante: nossa alma, espírito, ente superior ou como gostamos de chamar ao que verdadeiramente somos.

Poucos cuidam como deveria de seu corpo material humano e, se não cuida o externo, menos se faz com o interno, que não se vê ou não se conhece.

A importância de cuidar nosso exterior o percebemos quando ficamos doentes e nos sentimos mal, com febre, com náuseas e todo um arsenal de incomodidades que os vírus, bactéria e outros bichos causadores de nossos males nos incomodam.

Assim nos damos conta que devemos abrigarmos do frio e nos proteger do extremo calor, que não se pode comer como se fôssemos a comer para o mes todo, que diante de uma ferida devemos desinfetá-la… mas, e com o interior, com nossa alma como a cuidamos?
Temos a evidência que ter um corpo são é o primeiro que devemos conseguir para cuidar, também, de nosso interior. Afinal de contas não deixa de ser sua casa. E do mesmo modo que manter nosso lar limpo e arrumada é agradável e faz bem para nossa saúde e dos outros, fazer para o próprio corpo também é para a alma.

Assim sendo, uma vez conseguido o básico deveríamos nos perguntar como avançar em nosso âmbito interior, em nossa espiritualidade, em nosso caminho à luz ou como cada um o denomine em virtude da escola iniciática à qual pertença. A maior parte de nós não somos mais que o barro com o qual fomos formados e pouco mais.

Mas, recordemos que o diamante mais puro surge do mais humilde carvão. Porém um caminho é necessário. É preciso um caldeirão, um processo de depuração que nem sempre tem lugar e para o qual é chave ser consciente de sua necessidade e possibilidade. Todos somos diamantes em potência; mas para isso temos que pagar o preço de nos purificar.

Cada célula de nosso corpo, cada parte de nós, abriga seu eterno equivalente espiritual, contém um princípio latente com sua própria aura, com seus desejos e repulsões que, às vezes, mal notamos; mas estão sempre ali anunciando sua presença: intuições, lembranças inesperadas, desejos repentinos….

O ser humano nasce e evolui. Em princípio é mais que suficiente que aprenda a controlar seu corpo, logo em cuidá-lo, logo a compartir com a pessoa amada e formar nova vida… mas, chegado a um certo período de sua vida, quando ditas necessidades e paixões declinam e já não são tão urgentes ou quando a inteligência e a razão as dominam e podem atuar sobre elas; o ser humano começa a se perguntar, a se examinar interiormente com meticulosidade e a se perguntar tudo o que tem feito o deixado de fazer no seu caminhar por este mundo temporal chamado “vida na terra”.

Analisará sua moralidade e terá o poder de alterar o curso de sua vida para reconduzi-lo ao caminho correto, caso tenha se desviado ou avançar mais se já se encontrava no mesmo.

Este despertar à realidade do que somos é o despertar da alma que durante muito tempo permaneceu dormida, qual imago antes de sua eclosão e transformação.

Este regresso à consciência geralmente é acidental e pode ser pela palavra inspiradora de um iniciado que tem cruzado “não casualmente” em nosso caminho, pela leitura de um livro que contenha princípios elevados de moral que encontramos “não por casualidade” ou, o mais comum, pela perda de alguém querido que nos chega a alma e nos faz pensar em algo que quase nunca pensamos: e depois desta vida, o quê?

Seja pelo motivo que seja nunca é casual. Tudo sucede por um motivo e o Grande Arquiteto sempre nos dá as ferramentas adequadas para trabalhar; mas, isso se, o trabalho é coisa nossa. Somos nós que temos de tomá-las em nossas mãos e começar o trabalho duro e constante de polir nossa pedra e elevar nossa alma à luz.

Este despertar à autêntica realidade é o primeiro impulso, abre a porta e nos mostra o caminho e, o mais importante, nos mostra um caminho que sempre ascende e do qual não é possível voltar atrás. Podemos avançar, subir, mais ou menos; mas, o que foi subido, a conquista, não se perderá porque uma vez conhecida a verdade, não se pode ser vivida de novo sob a aparência de uma  mentira.

Começamos a caminhar e nos purificar, tudo desastroso ao nosso redor se dissolve aos poucos e as sombras se desvanecem e acabam desaparecendo diante do brilho da nova Luz.

A filosofia, as ciências da Arte Real e da Arte Divina, a meditação, a música que toca a Alma… muitos são os fatores que impulsam nosso caminhar ao alto e uma coisa fica clara desde o começo: todo isto é como uma droga que já não podemos deixar de tomar. Quando mais conhecemos a verdade mais queremos nos acercar à Verdade absoluta que só depois do transe da morte e na presença do Criador poderemos saber.  

No entanto nos conformamos em conhecer seus resultados, em intuir sua grandeza e em saber que a morte não é o fim senão o trânsito, o passo, a porta que todos vamos cruzar alguma vez para ir da vida temporal e material à vida eterna e espiritual. Chegar a ela como um diamante já polido e brilhante ou como um carvão cuja potência latente não tem sido aplicada, só depende de nós.

E, como sempre lhes digo: Investiguem e aprendam, não deem nada por definitivo, é a única maneira de alcançar a Luz.

Mario Lopez

Fonte: https://iluminando.org/
Tradução livre feita por: Juarez de Oliveira Castro