O que fazer para combater a intolerância

Tolerância - Entendo tratar-se de mera deliberação, pela qual o indivíduo admite, suporta e até mesmo acolhe, indagações, sugestões, repreensões, lamentações, etc.

Buscando amparo na literatura, vericou-se o seguinte conceito, segundo o dicionário de Cândido de Figueiredo, de 1899, que registrava tolerância como "indulgência" e/ou "consentimento tácito".

Em 1939, o dicionário da Língua Portuguesa de Laudelino Freire, refere-se à Tolerância como sendo "boa disposição dos que ouvem com paciência opiniões opostas às suas".

Já do dicionário Aurélio de 1993, diz ser a "tendência a admitir modos de pensar, de agir e de sentir que diferem dos de um indivíduo ou de grupos determinados, políticos ou religiosos".

Assim, observa-se através dos conceitos acima a relevante alteração da definição científica de acordo com a compreensão contemporânea do conceito de tolerância, ao acrescentar ser a "diferença máxima admitindo entre um valor específico e o obtido; margem especificada como admissível para o erro em uma medida, ou para discrepância em relação a um padrão. Entende-se pois que a existência de um padrão suscita condições para a existência da margem de tolerância, bem como do intolerável.

Contudo, nos cabe aqui apontar o que se fazer para combater a intolerância, resposta esta que podemos sintetizar em apenas uma única palavra, PACIÊNCIA, a qual muito embora nos pareça de simples interpretação, mas que traz profunda reflexão, visto sua abrangência.

Assim, podemos considerar que lutamos contra intolerância sempre que abrimos os olhos da consciência e reconhecemos o valor que pertence à pessoa do outro, precisamente naquilo que difere da nossa, pois não é necessário abdicarmos de nossas concepções para ao menos ouvirmos as considerações do outro.

Como Maçons devemos cultuar em nossas Lojas o princípio da Tolerância, a qual constitui uma das mais importantes virtudes, pois possibilita a convivência harmoniosa dentro das oficinas e com Irmãos de todas as tendências de pensamento, de credo e de raças, fazendo com que se acate com suficiente humildade as diferenças e desníveis inerentes ao padrão de individuação de que somos possuidores, pois a negação a atitudes intolerantes conduz necessariamente ao reconhecimento e a compreensão dos valores alheios, divergentes e até adversos.

Por sermos humanos, e sendo a natureza humana contraditória e imperfeita, por vezes podemos ser tomados de comportamento egoísta ou sermos atraídos pela chama da fogueira das vaidades. Porém, ao Maçom, por ser Maçom, é dever por princípio estar atento e combater com veemência estas distorções da personalidade com constância e serenidade.

Autor

Abdon David Schmitt Moreira