O TEMPO É UM RECURSO NÃO RENOVÁVEL !

O tempo é um recurso não renovável! Faço questão de reescrever o título para que, já de início, o Irmão não perca a essência do artigo.

Não há recuperação e renovação do tempo. O tempo nunca foi o passado e nunca será o futuro. O passado são registros, o futuro, suposições e esperanças. O presente é a vida ou a vida é o presente. Não se trata, contudo, de viver apenas no imediatismo. Mas sim, de mantermos a plena consciência da vida a cada instante vivido. 

Há um símbolo maçônico para esta reflexão. A Ampulheta encontrada na Cam.’. Refl.’.   contém um determinado número de grãos. Estes grãos são os nossos dias de vida. Tanto na vida real quanto na reflexão filosófica, não podemos garantir quantos grãos tem a ampulheta e nem o número de dias que comporá nossa vida.

Ela possui dois compartimentos. A parte de baixo é o passado. Cada grão foi um dia que vivemos. Os primeiros estão lá embaixo, esquecidos ou soterrados pela ação inexorável da Lei que a todos nós um dia nos colocará ao solo.

A parte de cima é o futuro. O questionamento está no número de grãos que ali estão. A angústia da ausência de resposta não se limita à quantidade de grãos, ela se estende à qualidade.

Todos nós vivenciamos dias que passam muito rápidos e outros em que o relógio parece mais lento.

NA AMPULHETA DA VIDA, NEM TODOS OS GRÃOS SÃO DO MESMO TAMANHO.

Além da diferença de tamanho, existem grãos bem polidos e outros brutos. Às vezes, grãos cheios de arestas se encontram justamente no gargalo a dificultar o escoamento. Este é o momento quando sentimos a estagnação dos nossos projetos. A sentença popular que bem reflete este precioso intervalo de tempo é: “A vida não vai prá frente, nem prá trás”

Então, compreendemos que a vida é justamente o encontro entre o futuro e o passado. Entendemos que o grão, indiferente de seu tamanho ou forma, representa, neste momento, não a vida, mas a oportunidade de viver.

A oportunidade de fazer escolhas, tomar decisões, vivenciar cada aresta, reagir ao mesmo tempo com leveza, energia e polidez.  E assim, com a experiência vivida e adquirida, deixar uma obra.

O resultado da queda dos grãos na ampulheta é um montinho, que se acumula na parte de baixo, em forma de pirâmide. A vida deve ser assim. Os nossos primeiros anos de vida possuem uma dimensão material, mais horizontal.

À medida que vivemos, deixamos a base plana, iniciamos a subida na pirâmide e passamos a pensar em valores mais abstratos e elevados, verticalizando nossa obra. Oxalá que, quando o ultimo grão passar, estejamos com nosso vértice voltado ao Altíssimo.

A AMPULHETA É UM SISTEMA LACRADO.
NÃO HÁ COMO ACRESCENTAR NOVOS GRÃOS.
NÃO HÁ UM DIA A MAIS OU UM DIA A MENOS.

Atingimos quinze anos de compartilhamento de instruções maçônicas. Nosso propósito fundamental é incentivar os Irmãos ao estudo, à reflexão e tornar-se um elemento de atuação, legítimo Construtor Social.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024