O Trabalho mais difícil do mundo

 

Encontramos, no YouTube, um vídeo da American Greetings relatando uma entrevista de emprego, aqui reproduzido de forma livre, com o devido crédito ao autor.

O anuncio publicado em um jornal de grande circulação era pouco revelador, pois além do título “Procura-se Gerente Geral” indicava apenas a data, o endereço do hotel no qual as entrevistas aconteceriam e a obrigatoriedade de se chegar, pontualmente, às oito horas da manhã, em absoluto jejum.

Mesmo estranhando esta estranha condição, alguns candidatos se fizeram presentes e, assim que iam chegando, eram levados ao restaurante onde lhes foi servido um belo café da manhã. 

Assim que o período de refeição terminou, seguiram para a sala de reuniões na qual outra surpresa os aguardava, pois lhes informaram que, apesar de ser uma entrevista para emprego, seriam devidamente remunerados pela presença. Para facilitar os trabalhos, todas as exigências necessárias à função seriam explicadas de uma só vez, ficando claro que todos poderiam interagir com o entrevistador, perguntando ou contestando algumas das propostas.

De início foi dito que não era um trabalho qualquer, mas um dos mais importantes e difíceis realizados em todo o mundo. Nós decidimos chamá-lo Gerente Geral, mas as responsabilidades e os requisitos vão muito além do que possam imaginar, começando pela exigência de se locomoverem, constantemente, de um lugar ao outro.  

O contratado deverá, também, ter condições para trabalhar em pé praticamente todo o tempo, curvar-se várias vezes durante o dia, fato que exigirá a manutenção de um alto nível de preparo físico.  Isto acontecerá por pelo menos cento e trinta e cinco horas semanais, ou seja, praticamente 24 horas por dia, sete dias na semana.

Uma vez que lhes foi permitido, um dos candidatos indagou se o contratado teria, pelo menos, a oportunidade de poder sentar-se de tempos em tempos, no que foi esclarecido que não haveriam muitos intervalos disponíveis para tanto.

Diante da pergunta se isto seria legal, o entrevistador respondeu que sim e em nednhum momento alguém havia reclamado de agir assim, da mesma forma que não houve reclamações por se verem forçados a efetuar suas refeições apenas quando um dos associados já tivessem se alimentado. Isto valeria tanto para um simples lanche como para as refeições principais.

Outra coisa importante, continuou explicando, é que serão exigidas excelentes condições físicas e mentais para trabalhar em um ambiente absolutamente caótico, possuir um excelente poder de negociação, muita habilidade interpessoal, elevado índice de tolerância, além de certos conhecimentos de medicina, finanças e gastronomia. Terá, também, que ficar disponível para atender o associado durante a noite, obrigatoriedade esta que exigirá, caso possua uma vida social, desfazer-se dela. Isto fará, ainda, com que tenha pouco tempo para dormir, não tenha férias, festejos de natal ou ano novo, pois as cargas horárias seriam aumentadas gradualmente ao longo do tempo.

Desculpe-me, mas isto é uma crueldade, uma exploração sem limites e eu até estou achando que isto é uma pegadinha ou uma piada de muito mau gosto, expressou-se com indignação outro candidato.  

Claro que não tem nada de desumano, pois estas atividades, com certeza, irão proporcionar vínculos de união e um sentimento de felicidade interior em poder estar prestando tais serviços. E é exatamente por permitir essa sensação prazerosa de bem servir, que pagaremos absolutamente nada pelo trabalho. Mesmo porque, se quiséssemos pagar, não teríamos como mensurar, em termos financeiros, o valor desta importante missão.

O que? Disseram os entrevistados quase a uma só voz. O senhor deve estar brincando, pois não há ninguém no mundo que se prontifique a realizar uma função tão desgastante sem ganhar um centavo sequer para tanto.  

Mas é claro que não estou de brincadeira, e pergunto: qual seria a posição dos senhores se eu lhes afirmar que, neste exato momento, existem milhões de pessoas desempenhando estase outras atividades semelhantes sem reclamar pela falta de remuneração, não com título de Gerente Geral, mas de MÃE ?

Como sempre acontece em situações inusitadas como esta, o silencio que tomou conta da sala provocou um barulho ensurdecedor.

Autor

Olmair Perez Rillo

Articulista, Consultor de Marketing, Escritor, Palestrante Motivacional, Rotariano associado ao Rotary de Penápolis XV de Março.

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