Ordem e Progresso

“Ordem e Progresso” é o lema que está escrito na Bandeira Brasileira, idealizada por Raimundo Teixeira Mendes e desenhada pelo artista Décio Villares.  Sua inspiração primeira  provém da  filosofia  positivista do  francês Augusto Comte (1798-1857), que de forma resumida traduz a expressão política básica  do positivismo: “O Amor por princípio, a Ordem por base, e o Progresso por fim”. Sua inserção na bandeira deve-se ao fato  de que os principais responsáveis pela deposição da Monarquia e Proclamação da República, em 1889, eram fiéis seguidores das ideias de Comte.
 
“Decodificando” o lema positivista  em  partes, o seu significado se resume em (1) “O Amor deve ser o princípio de todas as ações individuais e coletivas”; (2) ”A Ordem consiste na conservação e manutenção de tudo que é bom”; e (3) “O Progresso é consequência do desenvolvimento e aperfeiçoamento da Ordem”.
 
Se nos dermos ao trabalho de pesquisar as realidades que marcaram os governos militares de 1964 a 1985, por exemplo, comparando-os com  os governos que se instalaram de 2003 até hoje (PT e PMDB), a primeira evidência que surgirá é que durante o Regime Militar o lema da nossa bandeira foi seguido à risca.  Havia “Ordem” do tamanho necessário ao “Progresso” que foi uma realidade nesse período, quando o Brasil deu um saldo de um país atrasado rumo à modernidade. O lema positivista foi consagrado na prática, onde a “ordem” foi a base, ou o meio, para alcance do “progresso”, como fim. Apesar de tudo o lema positivista não deveria se esgotar no “progresso como fim”, porquanto este também deveria ser meramente um “meio”, para maior realização da sociedade, para o bem comum, que seria, esse sim, o “fim” (último) propriamente dito.
 
Com base na ORDEM existente na época, o período de duas décadas dos governos encabeçados pelos cinco generais, notabilizou-se por grande PROGRESSO. As obras da época estão disponíveis  para informação em várias fontes. A infraestrutura montada no país foi enorme. Na produção de energia elétrica, por exemplo, foram construídas TODAS as maiores usinas  hidrelétricas  do Brasil, algumas até do mundo, dentre elas Tucuruí, Ilha Solteira, Jupiá e Itaipú. São dessa época a Embratel, a Telebrás, a Embraer, a construção de 4 Portos e recuperação de 20, o Pró-Álcool, o Programa Nuclear, a  Polícia Federal, o FGTS, PIS e PASEP, o Mobral, a Eletrobrás, a Produção Naval, que colocou o Brasil em 2º lugar no mundo, e o Banco Central, dentre uma infinidade de outras realizações.
 
Mas esse texto faz por merecer uma pausa, a fim de que se reflita um pouco sobre as reais causas da “aversão”, melhor dito, da “ojeriza”  que a esquerda chega a ter em relação ao positivismo  de Augusto Comte. E na verdade são  “vinhos” que não se misturam e jamais se misturarão. Essa gente não gosta de ordem, muito menos de progresso. “Eles” bem sabem que nesses ambientes jamais irão prosperar, por se constituírem no principal suporte de uma verdadeira democracia, onde eles jamais sobreviveriam politicamente. Por isso essa esquerda degenerada sempre prefere a desordem e o caos econômico e social, ambientes onde conseguem com extrema facilidade  vender as suas propostas indecentes e mentirosas, com muito assistencialismo barato, manipulando a verdade e a opinião pública, no intento único de buscar satisfação dos seus interesses pessoais.
 
Praticam não a democracia, porém a sua contrária, a OCLOCRACIA, que é a democracia corrompida, degenerada, deturpada, cujos beneficiários são os patifes da política, que usam e abusam da massa ignara, ingênua e carente de consciência política, mas possuem um título eleitoral que os alimenta.
 
Como foi a ORDEM no Regime Militar?  Como ela ficou depois, especialmente após o “desastre” PT?  E o  PROGRESSO?  Sem dúvida não há qualquer chance de escapar de uma única conclusão: ”antes” havia ordem e progresso; “depois” ambos deixaram de existir. Hoje se vive em total DESORDEM e integral RETROCESSO político, social, econômico e moral.
 
Essas esquerdas raivosas e inconsequentes que andam por aí, frequentemente alegam que “antes” não havia liberdade, e que após subirem ao poder com Lula “et caterva”, em 2003, fizeram reformas onde ela passou a existir à plenitude. Seria justo reconhecer-lhes alguma migalha de razão. Durante o Regime Militar de fato não havia liberdade para falar mal do Presidente da República, e hoje isso não é mais problema, mas todas as outras liberdades exigidas pela natureza humana estavam presentes. E hoje não estão mais.
 
Ninguém mais pode sair para passear à  noite (nem de dia), ir ao teatro, cinema, parque de diversões, praça pública, ou qualquer compromisso social, sem a presença de grande risco à própria segurança pessoal. As pessoas ficam presas dentro das suas próprias casas, apavoradas, pela absoluta falta de segurança. E talvez seja esse exatamente o principal sintoma que comprova a DESORDEM vivida pelo país, levada a extremos nunca vistos sob os governos “progressistas”, “esquerdistas”, ”socialistas”, ”vigaristas” e uma série de outros  “istas”. E sem a almejada ORDEM, também o PROGRESSO jamais acontecerá. Um depende do outro. Augusto Comte estava com a razão.
 
Mas o que me deixa realmente intrigado é que as lideranças militares passam a metade dos seus dias hasteando e homenageando a bandeira brasileira, onde está escrito “Ordem e Progresso”, e parece que nunca se preocuparam em olhar para a realidade nua e crua do seu  país, lá fora dos quartéis, onde impera exatamente o contrário do lema, ou seja, a “Desordem” e o “Retrocesso”, o que por si só já seria o suficiente para acionamento do comando da intervenção prevista no artigo 142 da Constituição.
 
Sérgio Alves de Oliveira é Advogado e Sociólogo.
Publicado originalmente em www.alertatotal.net

“Decodificando” o lema positivista  em  partes, o seu significado se resume em (1) “O Amor deve ser o princípio de todas as ações individuais e coletivas”; (2) ”A Ordem consiste na conservação e manutenção de tudo que é bom”; e (3) “O Progresso é consequência do desenvolvimento e aperfeiçoamento da Ordem”.