ORGULHO: VÍCIO OU VIRTUDE?
A esse questionamento, a maioria de nós responderá de forma categórica: Vício! Afinal, ele avilta o homem; é um hábito desgraçado que o arrasta para o mal.
Mas será? Então, vamos a uma segunda pergunta: Orgulho de ser Maçom? E, desta vez, a maioria de nós responderá categoricamente: Virtude! Afinal, é uma disposição sensorial de valor e honra que nos induz a praticar o bem.
“A DIFERENÇA ENTRE O REMÉDIO E O VENENO ESTÁ NA DOSE.”
Essa frase, pronunciada no século XVI por Paracelso – alquimista, teólogo, filósofo e médico suíço –, sintetiza como devemos trabalhar esse sentimento, repleto de conotações e sentidos positivos e negativos. Como consequência, faz com que usemos o cinzel da observação combinado com a sabedoria recebida pelas batidas do malho.
O lado negativo, de modo indiscutível, é o mais conhecido e provoca mais manifestações por sua oposição direta ao valor da humildade. O interessante é que, inúmeras vezes, é nas manifestações de humildade que confirmamos o quanto o Irmão é orgulhoso.
O Irmão orgulhoso exalta de forma vaidosa sua falsa humildade, tentando colocar-se superior nas situações cotidianas. Um exemplo que pode gerar constrangimento, mas, sinto muito, é............
Quando há necessidade de pedir a um Mestre Instalado que ocupe um cargo, ele coloca o colar do cargo sobre o colar de MI, não tira os punhos de MI e jamais aceitaria trocar o avental de MI por um avental de MM. Afinal, como bom obreiro, ele está sempre de Pé e à Ordem pela Loja. Contudo, ............. Ninguém pode esquecer que ele é um Mestre Instalado. Isso significa que já foi Venerável Mestre, ou seja, já foi a maior Luz da Loja, esclarecendo a todos com sua sabedoria.
Esse é exemplo claro e venenoso do pensamento de Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, para quem a humildade é uma falsa virtude, a qual dissimula as desilusões que uma pessoa esconde dentro de si.
Mas nem tudo são espinhos. Há flores, e as doses homeopáticas do orgulho são remédio que permite o reconhecimento do próprio valor, fortalece o brio, motiva a honradez e regula o amor-próprio.
Dessa forma, devemos trabalhar com carinho o sentimento de orgulho. Podemos e devemos tê-lo. Porém, o dosímetro que devemos usar para medir a exposição a essa energia chama-se alavanca.
Em geral, as alavancas possuem duas extremidades diferentes. Uma é achatada, usada para ser colocada por baixo, a fim de promover um deslocamento/movimento. A outra extremidade, por sua vez, apresenta uma ponta, com o propósito de furar, quebrar, diminuir o tamanho.
Em âmbito alegórico, o Iniciado é a fonte dessa energia. Em posse da alavanca em sua vida maçônica, cabe-lhe o manuseio com Força e Sabedoria. No primeiro golpe errado, sua reação o qualificará como humilde (“eu me equivoquei”) ou orgulhoso (“não foi culpa minha”), aproximando-se ou afastando-se dos princípios da Coluna da Beleza.
Na correta utilização da alavanca, isto é, no sentimento de satisfação gerado por uma realização positiva ou reconhecendo as bem-aventuranças advindas dos Sãos Princípios da Ordem, repercute na leveza do instrumento e quanto ele pode, ao mesmo tempo, dar o apoio ou elevar um Irmão.
QUÃO MÁGICO É SENTIR E DIZER: TENHO ORGULHO DE VOCÊ, MEU IRMÃO!
Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.
Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente
Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
MI GMAdV 33°REAA 33°RB 9°RM MMM Shriner
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PRESIDENTE DO MINAS GERAIS SHRINE CLUB
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