Os diversos ternários!

 

 

Na pretensão de estudar sobre os ternários acreditei que seria simples e fácil de discorrer, de expor opinião, por existirem diversos exemplos que poderiam ser utilizados como base para reflexão, aprendizado e explanação.

 

Teria para tal o número da LUZ, onde ela se consubstancia em Fogo, Chama e Calor; como o número dos pontos que o Maçom deve se orgulhar ao apor a seu nome; pois como eles, três pontos, temos o Delta Luminoso e Sagrado, sendo ambos emblemas dos mais respeitáveis, pois representam todos os ternários conhecidos, especialmente as três qualidades indispensáveis à nós Maçons, que são VONTADE, AMOR ou SABEDORIA e INTELIGÊNCIA.

 

Teríamos também, sob outros pontos de vista, em geral, como o do Tempo: o Presente, o Passado e o Futuro; como o do movimento diurno do Sol: o Nascer, o Zênite e o Ocaso; da Vida: o Nascimento, Existência e Morte ou Mocidade, Maturidade e Velhice; da Família: Pai, Mãe e Filho; do Hermetismo: Arqueu, Azoth e Hylo; da Gnose: Princípio, Verbo e Substância; da Cabala Hebraica, de onde são tiradas as PPSS: Keter (Coroa), Hokma (Sabedoria) e Binah (Inteligência); da Trimurti hindu: Brahma, Vishnu e Shiva ou ainda, Sat, Chit e Ananda; dos “Três Gounas”, ou qualidades inerentes à Substância Eterna (Maia), na Índia: Tamas (Inércia), Rajas (Movimento) e Sattva (Harmonia).

 

Ainda, no aspecto geral, do Budismo: Buda (Iluminado), Dharma (Lei) e Sanga (Assembléia de Fiéis); do Egito: Osíris, Ísis e Hórus, ou Amon, Mouth e Khons; também do Sol, mas no Egito: Hórus (nascer), Rá (zênite) e Osíris (ocaso); da Caldéia, Ulomus (Luz) Olosurus (Fogo) e Eliun (Chama); e diversos outros exemplos, de forma geral.

 

Um exemplo que me ocorreu, relativamente também ao Ternário do Tempo, de aspecto geral, porém com conotação política nacionalista, que serve para o momento atual de nossa Pátria (por isto lembrado), seria: País que não cultua seu Passado, não realiza no Presente; e, jamais saberá qual será seu Futuro.

 

Em nossa Instituição, nas Lojas Maçônicas, temos o Ternário simbolizado pelos três pilares SABEDORIA, FORÇA e BELEZA, que representam as Três Grandes Luzes colocadas no Oriente (Venerável Mestre), no Ocidente (1º Vigilante) e no Sul (2º Vigilante), de acordo com a orientação das “Três Portas” do Templo de Salomão.

 

Os exemplos são muitos para que escolhido se estudasse e se escrevesse sobre ele, sobre qualquer um seria muito bem aceito, tenho certeza; porém, depois de todas as instruções recebidas em nossa Instituição, estando no final do Grau de Aprendiz Maçom, no limiar de ser Elevado, não bastaria somente proceder assim, mas verificar no aprendizado recebido o que ficou, em mim, na essência. 

 

Assim Meus Irmãos, que um destes exemplos, não citado antes, propositalmente, e que se encontra sob o ponto de vista geral, me trouxe inspiração para escrever  em consonância com o que fora absorvido como aprendizado por mim. 

 

O exemplo de Ternário seria o da Trindade Cristã: Pai, Filho e Espírito Santo.

Já nos ensinou o Filho, em nome do Pai, através do Espírito Santo; que o que somos são os nossos Pensamentos, Palavras e Obras. Pois o que pensamos só será dado a ser conhecido quando o que dissermos se coadunar com nossas obras, com nossos atos.

 

O Filho também disse que Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida; e que ninguém irá ao Pai, senão por Ele. 

 

Com foco nestas palavras um devaneio me ocorreu, este no sentido de capricho da imaginação, ao me recordar de aprendizados remotos, agora no campo jurídico, que me reportou aos meus tempos de banco escolar, mais precisamente de meu curso superior de Ciências Jurídicas e Sociais, nos idos de 1989, na Pontifícia Universidade Católica do Estado do Rio Grande do Sul, a famosa PUC. 

 

Peço desculpas se incorrer em algum erro, pois já se vão, no mínimo, 20 anos.

Pois bem, lembrei-me primeiramente do Processo Dialético, como exemplo de Ternário; ou seja, uma Tese é uma afirmação ou situação inicialmente dada. A Antítese é uma oposição à Tese. Do conflito entre Tese e Antítese surge a Síntese, que é uma situação nova que carrega dentro de si elementos resultantes desse embate. A Síntese, então, torna-se uma nova Tese, que contrasta com uma nova Antítese gerando uma nova Síntese, em um processo em cadeia infinito. Poderíamos dizer até que desta forma se processaria o conhecimento humano. 

 

Se utilizarmos este processo com o cunho jurídico chegaríamos ao tão conhecido SILOGISMO JURÍDICO, porém antes deles, tanto de um como de outro processo, Dialético ou Jurídico; teríamos o SILOGISMO LÓGICO, porquanto neste eles se embasam, e é disto que quero expor. 

 

Assim que ele, SILOGISMO LÓGICO, se fundamenta em três termos: Premissa Menor ou Primeira; Premissa Maior ou Segunda; e Conclusão. Desta forma se realiza se efetua a lógica humana; ou seja, tendo-se uma primeira (ou menor) proposição, que corroborada ou relacionada a uma segunda (ou maior) proposição, nos dá, nos fortalece a base para  a Conclusão de uma Verdade. 

 

O filósofo francês René Descartes escreveu em latim: Cogito, ergo sum

Ele quis dizer que o fato de pensar assegura à mente o fato da própria existência psicológica. Em outras palavras, quando ela se dá conta de que está pensando, pode ter certeza de que existe. 

 

Descartes pretendia fundamentar o conhecimento humano em bases sólidas e seguras (em comparação com as fundamentações do conhecimento medievais). Para tanto, questionou e colocou em dúvida todo o conhecimento aceito como correto e verdadeiro (utilizando-se assim do ceticismo como método, sem, no entanto, assumir uma posição cética). Ao pôr em dúvida todo o conhecimento que, então, julgava ter, concluiu que apenas poderia ter certeza que duvidava. Se duvidava, necessariamente então também pensava, e se pensava necessariamente existia (sinteticamente: se duvido, penso; se penso, logo existo). Por meio de um complexo raciocínio baseado em premissas e conclusões logicamente necessárias, Descartes então concluiu que podia ter certeza de que existia porque pensava.

 

Vê–se, pois, que ele eliminou uma das premissas, uma vez que a tradução de Cogito ergo sum seria: PENSO LOGO EXISTO! 

 

Neste caso estaríamos a falar de Binário e não de Ternário, e como já instruído, por tudo que encerra a compreensão de tal número, sua dúvida aniquiladora; a diferença, o desequilíbrio e o antagonismo que existem nele, e que são cessados ao se juntar mais uma unidade a ele, nos levando ao Ternário, novamente. Dispensamos maiores considerações à compreensão do Binário, por não ser ele objeto do estudo, de nossa opinião.

 

Assim que, pelas instruções recebidas; tanto do mundo profano como, notadamente, pelas recebidas de nossa Instituição; com leitura de seus complementos e da Bíblia Sagrada; em conjunto com minha própria experiência pessoal, de vida; peço permissão aos Irmãos, e desculpas antecipadas pela presunção, de formular não um, mas dois silogismos, para fixação rápida da importância de construirmos socialmente, e o que representa tal atividade frente ao Universo.

 

Primeiro: Que seria o SILOGISMO DA EXISTÊNCIA HUMANA, tendo como:

Premissa Primeira: O HOMEM SOLIDÁRIO.

Premissa Segunda: O HOMEM FRATERNO.

Conclusão: O MUNDO HUMANITÁRIO.

 

E o outro, ao qual nomeei de SILOGISMO EXISTENCIAL MAÇOM, tendo como:

Premissa Primeira: O GADU

Premissa Segunda: O HOMEM, ENQUANTO PEDRA POLIDA, CÚBICA.

Conclusão: O UNIVERSO, JUSTO E PERFEITO!

 

SÉRGIO LUÍS GUARALDI