OS MAÇONS AINDA COMBATEM O ESCRAVISMO

O tema é muito interessante e pode, até mesmo, frustrar aqueles que creditam santidade à Maçonaria. Afinal, A MAÇONARIA FEZ A ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA ACONTECER NO BRASIL!

Não foi bem assim! O desfecho contra a escravatura iniciou-se mais por questões econômicas do que humanitárias, com forte pressão da Inglaterra. Certo também é que, nos primórdios de nossa Independência, o Irmão José Bonifácio não via com bons olhos a exploração dos negros.

Porém, boa parte da Maçonaria Brasileira era composta por senhores de engenhos, barões do café e reis do gado, e não poucos eram sócios de navios negreiros. Em resumo, Maçons Escravocratas que defendiam seus interesses.

E não é difícil imaginar como eram “calorosas” as discussões em Templo quando, na Ordem do Dia, seria tratada a libertação dos escravos. Tínhamos a Ala Escravocrata e a Ala Abolicionista, as quais, naturalmente, nunca chegariam a um denominador comum.

Abro aqui um parêntese para uma divagação. Se à época houvesse WhatsApp e Facebook, ambos os grupos estariam fazendo o que vemos hoje: mensagens ridículas e infantis de mútua provocação entre Nobres Irmãos que alcançaram a plenitude.

Retornando ao tema, a verdade foi que MAÇONS DO SÉCULO XIX TRABALHARAM PARA A LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS. Entre eles, encontramos os que ajudavam a “roubar” cativos e transportá-los para o estado do Ceará, onde a abolição aconteceu em 1884. Muitos foram os Maçons que fortaleciam o Tronco para pagar a Carta de Alforria, e havia aqueles que trabalhavam junto aos governantes para criação de leis abolicionistas. Lei do Ventre Livre (1871), Lei dos Sexagenários (1885), até culminar na Lei Áurea (1888).

Termina, assim, nosso combate ao escravismo? Não! Claro que não! A “cura” da escravidão ocorre pela libertação, tão propagada em nosso lema LIBERDADE, Igualdade e Fraternidade.

Contudo, há um detalhe muito interessante, o qual já intercambiamos no artigo 932 – Tema sensível, no qual destaquei que a “A MUTILAÇÃO NÃO É CORPÓREA, É A DEFORMIDADE MORAL DA ALMA”. Assim também é a questão da impossibilidade de um escravo ser iniciado. Não podemos conceber o sentido exato da palavra, visto que o escravo é um ser obrigado a trabalhar contra sua vontade e em condições indignas ou degradantes de trabalho, em atividades que não são ou são muito mal remuneradas.

Diante de uma triste realidade econômica, muitos de nossos Irmãos são escravos do trabalho.

PORÉM O PIOR DOS SENHORES FEUDAIS, AQUELE QUE INTEGRALMENTE ESCRAVIZA O HOMEM, É A IGNORÂNCIA! ELA COLOCA PESADOS FARDOS DA INTOLERÂNCIA EM NOSSOS OMBROS, GUILHÕES DO PRECONCEITO EM NOSSOS TORNOZELOS, ALGEMAS DA GANÂNCIA EM NOSSAS MÃOS E VISEIRAS DO EGOÍSMO EM NOSSOS OLHOS.

Esse é o escravismo que combatemos, uma vez que a Maçonaria espera dos Maçons um esforço contínuo, um trabalho corajoso e ininterrupto em prol da LIBERTAÇÃO DAS INTELIGÊNCIAS OPRIMIDAS.

“A ESCRAVIDÃO NÃO É CORPÓREA, É A SUBSERVIÊNCIA MORAL DA ALMA.”

Neste ­17º ano de compartilhamento de instruções maçônicas e provocações para o enlevo moral e ético dos Irmãos, permanecemos no nosso propósito maior de disponibilizar uma curta reflexão a ser discutida em Loja. O Ritual não pode ser delapidado. A Ritualística deve ser seguida integralmente. O Quarto-de-hora-de-estudo é fundamental em uma sessão Justa e Perfeita.

Sinto muito, me perdoe, sou grato, te amo. Vamos em Frente!

Fraternalmente
Sérgio Quirino
Grão-Mestre - GLMMG 2021/2024
Contato: 0 xx 31 99959-5651 / quirino@roosevelt.org.br
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