OS PADRÕES DE NORMALIDADE NA SOCIEDADE E SUAS CONSEQUÊNCIAS

 

O que é normal?

Seria um padrão comum, geralmente aceito ou produzido pela maior parte da sociedade? Como isso interfere no meu comportamento ou na minha atuação no mundo?

 

Padrões comuns de comportamento atuam diretamente da mente coletiva e interferem em todos os indivíduos, em maior ou menor escala. O que é normal é mais facilmente aceito e muitas vezes passa por cima do julgamento consciente individual, ou seja, não paramos mais para pensar sobre a questão.

 

Existe algo de errado nisso? Não, definitivamente. Esse é um mecanismo maior da consciência. Existem milhões de aspectos a serem observados em cada ponto, então se parássemos para analisar cada um deles, entraríamos em colapso mental.

 

Mas existe algo por trás: estes padrões se metamorfoseiam e podem ser desenvolvidos conscientemente, ou seja, são manipuláveis.

 

Antigamente, o padrão de normalidade era num âmbito mais regional, de cultura local. Com a chegada das mídias modernas (principalmente TV e internet) e a globalização, estes padrões estão tomando proporções planetárias, uma cultura planetária.

 

Mas nem sempre o que é considerado “normal” é correto, moral, ético ou mesmo o melhor para o indivíduo ou para a sociedade, portanto se este padrão de normalidade é aceito sem uma ponderação consciente, pode se tornar algo muito ruim em um nível mais profundo.

 

Todos conhecem ou já ouviram falar da manipulação midiática, um assunto muito comentado hoje em dia, principalmente nas redes sociais. Por trás uma aparente moralidade, pode ser forjado um padrão de normalidade muito danoso em níveis mais profundos.

 

Isto pode afetar o indivíduo de duas formas distintas, através da aceitação inconsciente deste padrão ou através da marginalização, discriminação e preconceito por estar fora do padrão “normal”, que pode acabar obrigando-o a adaptar-se ao padrão por força maior, mesmo que isso contrarie seus princípios.

 

Hoje, depender do emprego para garantir o sustento, trabalhando 8,10,12 ou até mais horas por dia, muitas vezes em serviços que não gostamos, é normal.

 

Deixar nossos filhos em creches ou com babás em tempo integral para que as mães possam trabalhar é normal, mesmo colocando em xeque a educação deles.

 

Fazer sexo casual com uma pessoa que nunca vimos e encontramos por um aplicativo no celular apenas para satisfazer nossos instintos sexuais é normal.

 

Crianças que não gostam de frutas e verduras é normal.

 

Decorar fórmulas, dados, regras e ser avaliado por isso durante todo o processo escolar, mesmo que não faça nenhum sentido para a criança é normal.

 

Achar que a criatividade e o talento artístico é dom de alguns poucos eleitos é normal.

 

Beber no final de semana para esquecer o “estresse do dia a dia”, como se a vida fosse um estresse por padrão é normal.

 

Crianças ficarem mais tempo brincando com celulares e na frente das telas do que na natureza é normal.

 

Aceitar que a grande maioria dos alimentos vendidos não são saudáveis e contém excesso de toxinas  apenas para aumentar o lucro de quem os produz é normal.

 

Viver com medo da violência é normal.

 

Ter que se adequar a leis injustas por imposição é normal.

 

Aceitar a desigualdade social é normal.

 

Hoje, depender de um sistema que aprisiona ao invés de libertar é normal.

 

Existe algo por detrás disso tudo ou seria mero acaso?

 

Será que eu já aceito isso inconscientemente? (Que isso, vc está fazendo tempestade em copo d’água, isso é normal).

 

Será que sou prisioneiro desses padrões? (O que posso fazer? A vida é assim… a sociedade funciona desse jeito).

 

Fica uma questão, será que forjam padrões de normalidade? Que padrões ficarão para nossas crianças?

 

Leonardo Maia

 

Fonte: https://www.antroposofy.com.br/