Por um Brasil mais unificado

O Brasil é um país continental, gigante pela sua própria natureza, justamente como é expresso em seu hino. Temos divisões regionais com diversidades cultural, esportiva, gastronômica e riquezas naturais. Porém, sempre tivemos pontos em comum, como o respeito ao próximo, e é neste sentido que faço uma analogia entre o "empregado e o empregador", duas categorias que, ao longo dos últimos anos, foram sendo subdivididas em dois lados, em nosso País.

De um lado, pessoas denominadas como empregadores, sendo caracterizadas como pessoas de "elite", pessoas opressoras de um sistema capitalista que somente visa lucros e/ou retornos financeiros, pessoas sem sentimento, ou seja, quase robôs. Como se os empregadores não fossem pessoas que sonharam com o seu próprio negócio, que geram empregos, geram renda, que inovam e enfrentam dificuldades no dia a dia, com o propósito de deixar um legado à família, para a sociedade, através das inúmeras contribuições ao desenvolvimento sustentável das cidades, Estado e País.

"De outro lado", os empregados sendo caracterizados como pessoas "trabalhadoras", humildes, pessoas que acordam cedo para trabalhar, sem garantia de emprego, reféns do famoso "patrão", ou seja, quase "escravos". Como se não fossem cidadãos que também sonham em crescer dignamente na vida, em colocar o seu próprio negócio, ou contribuir para o crescimento da empresa; e que trabalham para o sustento de sua família, que labutam para proporcionar aos seus filhos um ensino de qualidade, enfim, que lutam por um futuro sempre melhor.

O que foi exposto até aqui foi um pouco da subdivisão que levou o Brasil a ocupar péssimas colocações em rankings, mundo a fora, com relação ao número de processos trabalhistas por habitante, que nos levou a desmotivação para empreender, que nos levou a duvidar de tudo e de todos, e o que é pior, que vem estimulando nossa juventude ir embora para o exterior, sem planos de voltar.

Acredito em um Brasil sem divisões, em um País sem diferenças entre empregados e empregadores, pois o empregador é empregado do seu cliente, é funcionário dos seus custos fixos, dos seus custos de impostos, é funcionário de uma rotina de estudos com inovação para se manter no mercado, é empregado de uma rotina de trabalho de 12 a 14 horas, por dia, participando de palestras, feiras e convenções etc.

O empregado é também um empregador, pois emprega colaboradores de várias atividades no lar, aplica seus recursos para realizar seus sonhos e de sua família. Portanto, temos que acabar com esses "dois lados" e reconstruirmos o Brasil das pessoas de bem, sem distinção.

Fernando Torres

Engenheiro civil

Originalmente publicado em: https://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/opiniao/por-um-brasil-mais-unificado-1.1817800