PORTA-ESPADA

Creio que o primeiro ponto a ser tratado a respeito desse tema é a distinção entre “manejar” e “conduzir”.

Manejar é sinônimo de manusear, referindo-se à ação de pegar algo, remexendo-o na ou com a mão. É empregar as mãos no uso do objeto. Está correlacionado, portanto, com o empunhar, símbolo alegórico de poder e governança. Por sua vez, conduzir é o ato de ir junto com algo, de um lugar para outro.

Mas, afinal, aonde queremos chegar?

O PORTA-ESPADA É O RESPONSÁVEL POR TODAS AS ESPADAS DO TEMPLO.

Decerto, haverá o questionamento de que, não sendo Mestre Instalado, a Espada Flamejante estará fora de sua alçada. Não!

Se o Irmão Porta-Espada for MI, ele poderá MANEJAR, ritualisticamente, a Espada Flamejante nas Sessões Magnas, para apresentá-la ao Venerável Mestre quando da sagração do Neófito.

Por outro lado, se o Irmão Porta-Espada for apenas MM, ele deverá CONDUZIR, também em caráter ritualístico, a Espada Flamejante nas Sessões Magnas, a fim de oferecê-la ao Venerável Mestre quando da sagração do Neófito. Porém, a espada estará sobre uma almofada, um escrínio ou o suporte de exibição.

Caso haja ainda alguma dúvida, faço as seguintes indagações: onde se assentam os Mestres Instalados? Onde é o lugar do Porta-Espada (Instalado ou não)? Qual seria a justificativa para que ambos estejam no mesmo “nível”?

Sentado à frente do Guardião da Lei, o Porta-Espada está mais perto do Venerável para lhe servir prontamente, cumprindo sua missão.

Ademais, as outras espadas não estão no ocidente? E elas são mais usadas que a Flamejante? Não seria “lógico”, então, que o Porta-Espada tivesse assento mais perto dos seus “instrumentos de trabalho”?

Cabe ressaltar que essas indagações não são realidades universais, visto a variedade de Ritos Maçônicos e as variações de Rituais de diferentes Potências e orientes.

Contudo, há circunstâncias que envolvem a espada e o zelo que todos os Irmãos devem ter por ela. A Flamejante, para além da força e do poder, por sua origem, é símbolo de justiça divina. Ao passo que traz pureza, afasta o profano.

As demais, que todos nós deveríamos portar, são símbolos de lealdade e de honra com a Maçonaria.

Por isso, devemos entender que a função do Porta-Espada da Loja deve ultrapassar o manuseio do artefato de metal. Que seja ele um arauto a nos lembrar de que se, por um lado, somos as pedras vivas do Templo, devemos ser também as Espadas Vivas da Loja. Isso porque todos nós temos o dever de “prolongar” a extensão de nossos braços na defesa da Lei e da Ordem, sobretudo contra os ataques à liberdade de consciência.

Se permitem uma sugestão, que os Irmãos prestem uma homenagem póstuma aos grandes defensores da Loja, gravando seus nomes nas lâminas das espadas da Loja.

Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.
Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente

Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
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PRESIDENTE DO MINAS GERAIS SHRINE CLUB
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