PORTA-ESTANDARTE

Se já existe o Porta-Bandeira, para que o Porta-Estandarte?

Bandeira é bandeira, e estandarte é estandarte! No entanto, não é bem assim, pois, na heráldica e em vexilologia, bandeira e estandarte diferem-se mais pelo formato do que pelo emprego.

Como nossos trabalhos são pautados no simbolismo, e não no concreto, e devemos estar atentos às pequenas nuances, observemos que o Porta-Bandeira apresenta o símbolo maior de valores de fora do templo (profano) a nos inspirarem. Já o Porta-Estandarte apresenta o símbolo maior de valores de dentro do templo (sagrado) que também devem nos inspirar.

E essa dicotomia é explícita até nos lugares onde ambos são depositados – não ficam juntos.

Para além de ser o PORTAdor do Estandarte, o Obreiro deve também se preocupar com a conservação da IDENTIDADE MATERIAL E DOS VALORES DA LOJA GRAFADOS NOS SÍMBOLOS OSTENTADOS NO ESTANDARTE.

Ocorre em algumas Lojas longevas um pseudopudor em trocar o estandarte, alegando que ele pertence à fundação, é histórico e que seria desrespeitoso instalar um novo exemplar. O verdadeiro respeito está na conservação da história, em alocar o estandarte antigo em uma caixa para exposição e proteção das intempéries do tempo, preservando, assim, o legado das gerações anteriores.

Inclusive, pela ação do tempo, alguns estandartes perderam suas alegorias ou estão tão desbotados que não mais representam os valores, a missão e até as origens da Loja.

Importante também que o Porta-Estandarte produza uma Peça de Arquitetura sobre a origem, os autores e a simbologia desse lábaro da Oficina e que, nos aniversários da Loja, apresente este trabalho. Haverá sempre alguém novo a conhecer e muitos outros a relembrarem A INSTRUÇÃO MAÇÔNICA QUE OS FUNDADORES DEIXARAM GRAFADA NO ESTANDARTE DA LOJA.

Outra sugestão é que no Certificado de Presença ofertado aos visitantes, seja no verso ou em uma lateral, conste a imagem do Estandarte da Loja. Decerto, o presenteado terá mais gosto e carinho pelo certificado, tornando-se até uma peça de destaque em suas certificações.

Há, porém, um detalhe interessante e simbólico nesse “pedaço de pano”, o qual deve estar na mira dos Obreiros. A palavra estandarte, no português, tem sua origem na evolução da palavra estendard, no francês antigo, que sofreu variações, como étendard e standhard, chegando à língua inglesa como standard.

Standard, do inglês, traduzimos como padrão, mas também como NORMA/REGRA. Por sua vez, STANDHARD é composto por stand de FICAR e hard de duro, no sentido de rígido ou FIRME.

Todos nós já assistimos a filmes de batalhas em que tremulam os estandartes dos nobres ou dos batalhões à frente da tropa, pronta para batalhas épicas. Nos estandartes havia animais que representavam o poder dos governantes, símbolos que exaltavam a terra a ser defendida, legendas motivacionais ou números que criavam o sentimento de pertencimento.

Esta é a mensagem alegórica dos nossos estandartes: FICARMOS FIRMES EM NOSSOS PROPÓSITOS, INDICADOS E EXALTADOS PELOS SÍMBOLOS MAÇÔNICOS QUE CADA LOJA DESTACOU PARA REPRESENTAR A MISSÃO DE SEUS OBREIROS.

Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.
Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente

Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
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