PRIMOS NA MAÇONARIA?

Nos dois artigos anteriores, fiz menção à palavra “primo” para me referir a alguns profanos que passaram pela ritualística de iniciação, mas não se tornaram “Irmãos”.

O primeiro ponto a ser esclarecido é que o ritual não transforma o vulgo profano em um inusitado iniciado. Às vezes, escutamos um Irmão se dirigir ao recém-iniciado, expressando o que muitos acham que se trata de jargão pedante, mas que tem, sim, sua razão: “Entraste para a Maçonaria, agora deixe a Maçonaria entrar em você!” Com foco em nosso tema, diríamos: Entrou para uma Irmandade, agora prove o quanto de Irmandade há dentro de você!

Um iniciado pode galgar graus, cargos, títulos e honrarias, porém se, de fato, não demonstrar em atos e comportamentos que seus interesses ou objetivos estão em consonância com os propósitos do grupo, ele não faz parte da Irmandade, ele não é Irmão.

NA MAÇONARIA, O TODO É MUITO MAIS QUE A SOMATÓRIA DAS PARTES.

O que chamamos de “Maçonaria” nada mais é do que um composto de instruções, segredos, informações privilegiadas, histórias, sentimentos, ações e condutas. É um composto, e não o resultado do somatório. Isso porque, na ausência de algum fator, ela não deixa de existir. Contudo, na ausência de quaisquer dos itens, não há, verdadeiramente, um Maçom.

Permitam-me criar uma analogia usando a família. Em toda família, temos os ensinamentos passados por nossos pais. Há sempre segredos de família: informações privilegiadas compartilhadas entre dois irmãos, histórias contadas em reverência aos antepassados, sentimentos de conquistas e perdas, ações solidárias e condutas familiares típicas.

Nessa analogia, representamos os três graus. Nossos avós são os Mestres, com instruções galgadas por anos de labuta e laureados com os fios brancos da coroa da sabedoria. Nossos pais são os Companheiros, pois eles compartilham conosco o que já vivenciaram; são movidos pela beleza dos sentimentos que nutrem pela nova geração. Os filhos, com a força da juventude e a inexperiência da vida, aspiram ao aprendizado.

No entanto, se toda família, assim como toda Loja, tem a mesma estrutura, como pode haver o “primo”?

A IRMANDADE NÃO É IMPOSTA OU ORTORGADA, ELA É CONSTRUÍDA.

Neste ponto, devo melindrar alguns Irmãos e muitos primos. Como a Irmandade é uma construção, dois elementos são basilares: respeito ao outro e constância no propósito. E nestes distinguimos o “grau de parentesco”. Todos nós temos sobrenomes que carregam nossa história e a obrigação de honrar essa distinção. É natural o orgulho do sobrenome, visto que nos remete aos pais ou a outras gerações, a orientes e, mesmo, a feitos de clãs.

Conduta típica de Irmãos. Já aqueles que criticam sua origem desmerecem seu lar, não fincam raízes e são arautos estupefatos daquilo que acham absurdo, são os “primos”.

Agora o golpe de misericórdia, não com a intenção de ofender ou magoar. Tomemos cuidado com mudanças de Lojas. Há todo um arcabouço que justifique trocas, porém, quando a situação é constante, já passou por quatro, cinco lojas, já mudou de rito e até mesmo trocou de Potência, deve ter algo que mereça uma reflexão pessoal.

A maioria se justifica pela insatisfação com o resultado de eleições, diretrizes tomadas pela Loja, falta de espaço nos trabalhos, possíveis panelinhas, não acolhimento e não “reconhecimento” de seus dotes.

E a marca mais clara do “primo” é promover processos contra Irmãos. Consiste na mais triste das profanações. Vitimiza-se e invoca leis profanas para que seus “direitos” sejam garantidos. Não se enganem, são iniciados, mas jamais serão Irmãos e, mais cedo ou mais tarde, trairão ou envergonharão a Ordem.

IRMÃOS VENCEM SUAS PAIXÕES E SUBMETEM SUA VONTADE EM PROL DA FAMÍLIA.
PRIMOS VIVEM POR PAIXÕES E TENTAM IMPOR SUA VONTADE PARA TODO LOJA.


Neste 19º ano de compartilhamento dos artigos dominicais, reafirmo o desejo de independente de graus, cargos ou títulos, continuar servindo os Irmãos com propostas para o Quarto-de-Hora-de-Estudo. Uma lauda para leitura em 5 minutos e 10 minutos para as devidas complementações e salutares questionamentos.
O exíguo tempo é um exercício de objetividade e pragmatismo que visa otimizar os trabalhos e cumprir integralmente o ritual.
Convosco na Fé - Robur et Furor
Fraternalmente

Sérgio Quirino
Minas Gerais Shrine Club
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PRESIDENTE DO MINAS GERAIS SHRINE CLUB
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Os conteúdos expostos não reproduzem necessariamente a ideia ou posição de nenhum grupo, cargo ou entidade maçônica.